ISBN: 978-85-63552-17-4
Título | Previsualizaçào - oaudiovisual como gestão de dados |
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Autor | Luiz Augusto Duarte Dantas |
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Resumo Expandido | A digitalização do meio audiovisual e efeitos especiais vem impactando a linguagem audiovisual e mudando a nossa forma de entender o processo de produção. Em última instância, efeitos digitais complexos têm servido como diferenciadores de produto e como tal ajudado o público a identificar os filmes mainstream e validar o espetáculo. A previsualização é uma das formas de racionalizar o processo de produção e aumentar a eficiência, entretanto o uso generalizado deste processo deverá ter um efeito em cadeia que impactará não apenas os produtos de alto valor agregado gerados pela indústria hegemônica.
Em seu The Classical Hollywood System, David Bordwell cita o diretor de fotografia Joh Seitz dizendo que “a cinematografia da era do filme mudo era uma empreitada ótica e química. A adição do som alterou este para uma empreitada elétrica”. E como Shilo McClean afirma em sua tese “Silicon Spirit: The impact of digital visual effects on Storycraft in Filmmaking”, a adoção de efeitos especiais digitais – e outras tecnologias, transformaram este numa empreitada de gestão de dados. Ao aferir o impacto da mudança tecnológica sobre o estilo clássico de cinema e o modod de produção hollywoodiano, BNordwell e Steiger reconhecem a força motora da tecnologia e seu valor econômico pelo use de três, regras básicas: 1) Eficiência de produção 2) Diferenciação de produto 3) Adesão a padrões de qualidade A tendência em discussão se relaciona com o ambiente digital e as implicações de mover o audiovisual de uma empreitada analógica, para um ambiente digital não linear e agora para um ambiente de manipulação e gestão de dados. Efeitos especiais estão em questão, e a pergunta se coloca para alguns em termos de estrutura dramático narrativa, como uma tensão entre o uso espetacular e o uso não evidente. Kristin Thompson comenta sobre isso ao afirmar que as principais características identificadas com uma cinematografia pós-clássica, são o desmanche do desenvolvimento coerente da trama e do desenho de personagens, em função da crescente dominação da ação espetacular e uso de efeitos especiais. Pode-se argumentar que alguns blockbusters sofrem pela falta de coerência de sorte que se distanciam dos paradigmas clássicos, mas Thompson contra argumenta ao afirmar que este não é o caso com a maioria dos filmes e não pode ser tomado como um denominador comum. Na verdade, ela identifica em muitos destes filmes as regras subjacentes ao cinema narrativo clássico. A discussão hoje pode ficar mais interessante se entendermos os efeitos especiais como parte integrante dos recursos de construção de uma história, Story Craft. As maneiras de previsualizar o material permaneceram inalteradas por um século: storyboards, desenhos, esboços e plantas arquitetônicas de sets, testes de fotografia. 30 anos atrás, era impossível gravar ou ver no set a imagem sendo capturada pela câmera de outra forma que não fosse pelo viewfinder da própria câmera. Veio então o vídeo e a possibilidade de ver no set as performances, o enquadramento, e ter de alguma forma algo indicativo do que poderia ser o resultado final do plano. Surge o uso de imagens geradas por computador, (CGI). Com isto o recurso a animação em 3D, composição de planos, manipulação de dados, movimentos virtuais de câmera, iluminação digital, a possibilidade de criar mundos tridimensionais com realismo fotográfico, o uso de motion capture, e dezenas, milhares de personagens gerados por computador. Se entendermos que a manipulação digital hoje não está voltada somente para efeitos visíveis, mas é parte do processo de produção, perceberemos melhor o alcance da mudança. Isto é, a manipulação digital e os processos usualmente associados com a pós-produção vieram alterar o próprio planejamento da produção. Nesta apresentação elencamos e descrevemos o processo de previsualização, seus desdobramentos, sua lógica de trabalho e o que isto significa para o processo de produção. |
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Bibliografia | Armes, R. (1999). On Video - O significado do vídeo nos meios de comunicação. São
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