ISBN: 978-85-63552-17-4
Título | O Rebu sob os olhos da crítica Helena Silveira (1974/1975). |
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Autor | Maria Ignês carlos Magno |
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Resumo Expandido | A telenovela brasileira nos anos 1963/64 encontrou sua gramática própria ao se libertar das influências estrangeiras e se consolidou como gênero, e parte significativa da cultura brasileira. Com a consolidação do gênero os críticos de televisão passam a criticar também a telenovela. Embora a crítica de telenovela existisse simultaneamente à crítica literária, teatral e cinematográfica, na época, as discussões e os debates sobre a televisão e a telenovela brasileiras se davam nas páginas dos jornais diários. Antes dos anos 1960, segundo Gabriel Priolli (1988) o que “existe é uma mistura de crítica de TV com colunismo social, ou seja, um colunismo travestido de crítica, um colunismo crítico” [...] “crônica de amenidades da área de televisão, pontilhada de algumas opiniões e observações críticas sem nenhum aprofundamento ou detalhamento técnico”. Para Priolli “a crítica de televisão é recente. Embora a televisão tenha quase 40 anos, a crítica de televisão sistemática regular só começou nos anos de 1960, com Helena Silveira, em São Paulo e Artur da Távola, no Rio de Janeiro”. Considerados decisivos na história da crítica de televisão e telenovela no Brasil Denise Freire ressalta a importância de Helena Silveira: “Do ponto de vista histórico, é impossível desassociar os escritos de Helena Silveira do desenvolvimento da crítica de telenovela no jornalismo especializado brasileiro. Trabalhando sem parâmetros, na incipiência do gênero no Brasil, acabou por instituir os cânones da crítica de telenovela” (2005:246). Se a partir dos anos 1963/64 a telenovela se tornou um lugar possível para mostrar e discutir questões e problemas suscitados no contexto de uma época em geral e do Brasil em particular, nos anos 1970, a telenovela ganhou contornos inesperados e ricos em textos, imagens, sujeitos e temários, além do alto padrão tecnológico. Particularmente, a intensa produção dos anos 1970 e a profundidade das temáticas sociais e políticas que enredavam as telenovelas fez o Estado, que naqueles anos se apresentava como sujeito único e condutor máximo do processo histórico, voltar os olhos para essa produção e a censura se tornou uma das personagens constantes em muitos momentos das telenovelas brasileiras. Entre as inúmeras telenovelas censuradas, uma delas foi O Rebu (1974), de Bráulio Pedroso. Considerando que meu objeto atual de estudo é a produção crítica sobre a telenovela brasileira nos anos de 1970-1990, e que Helena Silveira foi pioneira na crítica sistemática regular de televisão e de telenovela, para esse encontro, escolhi a telenovela O Rebu (1974), de Bráulio Pedroso e as críticas de Helena Silveira sobre essa telenovela. A escolha não se deu ao acaso. A telenovela O Rebu foi escolhida pelo significado que teve para a teledramaturgia na época, e Helena Silveira pelas 18 críticas produzidas sobre O Rebu no período de 26/10/1974 a 11/04/1975. As leituras e as relações que a crítica estabeleceu com essa telenovela, que tipo de crítica, que abordagens metodológicas, são algumas reflexões que nos interessam nesse momento. Como a pesquisa tem a crítica, a telenovela e a crítica de telenovela como pontos de estudo, além dos autores citados no resumo, outros que comporão os debates, serão: Antonio Candido, Décio de Almeida Prado, Leyla Perrone-Moisés, Alfredo Bosi, Roberto Schwarz, Raymond Williams, Roland Barthes, Jacques Derrida, Mikael Bakhtin, Anne Cauquelin, Néstor-García Canclini, Jesus Martin-Barbero, Stuart Hall, Renata Pallottini, Maria Aparecida Baccega, Maria Elisa Cevasco, Eugênio Bucci, e outros estudiosos da televisão, da telenovela e dos meios de comunicação, apenas para citar alguns. É importante ressaltar que além de Helena Silveira os críticos de telenovela da época em questão serão estudados, ao mesmo tempo, fonte e referência.
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Bibliografia | BACCEGA, Maria Aparecida. Crítica de televisão. In: MARTINS, Maria Helena (Org). Outras Leituras. São Paulo: Senac /Itaú Cultural, 2000.
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