ISBN: 978-85-63552-17-4
Título | De Volta Para o Futuro: Videohacktivismo [#Enredados Remix Gestos v.3] |
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Autor | MILENA SZAFIR |
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Resumo Expandido | Ao repensarmos o Videohacktivismo (mmnehcft @ Beiguelman Blog, 2005), convido meus interlocutores a mergulharmos nos [a]fazeres do audiovisual. Em particular, nos modus operandi do Remix que, com letra maiúscula, tem em seus gestos de montagem as lógicas das linguagens que permeiam três [extra-]gêneros de nosso interesse na contemporaneidade híbrida das redes [i]materiais: filme-ensaio, political remix video [prv] e live cinema [vj'ing, live images].
Não pretendemos aqui esgotarmos qualquer problema: essas aproximações, que em si nada têm de original, servem apenas para aqui debatermos a parte descoberta de um iceberg em nossa tese “Retóricas Audiovisuais 2.1 [O filme-ensaio aliado ao vídeo-remix na cultura de banco-de-dados – ou uma prática da apropriação digital e online como fundamento dialógico-discursivo a uma reflexão e escrita auto-conscientizadora através de imagens e sons]”. Poderíamos, ainda, fazer um caminho através dos interfaceados dispositivos – entre o analógico, o eletrônico e o digital –, onde encontraríamos uma [im]possível linearidade de evolução tecnológica referente aos procedimentos da imagem em movimento e do som. No entanto, prefiro operar através de uma ciência dos intervalos nessa arqueologia da montagem para averiguarmos as tangenciais technés desses modus operandi que, como estética, são provavelmente geradores de alguns estilos “autorais”. Apresentaremos no encontro, uma série de recentes diálogos audiovisuais enredados, multiálogos midiáticos, que se propõem como agenciamentos de uma escritura da qual cada um se servirá para compor sua própria lista num encontro extra-quântico do alien freudiano engramatizado nas experiências infanto-juvenis sob os olhos de Hofmann entre Blade Runner e The Dark Crystal. E, assim, podemos imaginar o dia em que haverá uma quantidade de postos de escritura audiovisual capazes de associar antigas e novas imagens [e sons], um channel surfing circular onde será a ocasião de vermos nascer uma experiência distinta de correspondências cibernéticas! 'Stilus' (do latim) era uma espécie de ponteiro com que os antigos escreviam em tabuinhas enceradas, já que não havia computador, imprensa, pena, tinta ou lápis. Assim, do nome de um objeto com que se grafavam símbolos, /on montage/, surgiu outra concepção: os modus operandi da escrita e suas formas [des]compassadas. Para nós, a potencialidade de um 'stilus' está sempre no caminhar desse [m]unido à Estética. A Estética, sucintamente, é a ciência da experiência como ato de afecção tecno-conceitual. A grande questão está em conseguir casarmos o 'stilus' com a Estética para que as gerações vindouras possam dispor, no sentido da cultura, de espírito criticista e sensório. Nessa esfera da montagem áudio-visual desde [ou no ou para] o online – além dos gringos Amerika, Lee, Manovich e Seaman [dentre tantos outros] –, qual o papel da obra-dispositivo projetada pelo “tupi or not tupi” de MANIFESTO21.TV? Como falar das estéticas [extra-]digitais via banco-de-dados na geração do Videohacktivismo, agora então como cidadão de primeira instância no ecossistema via HTML5? Se “o espetáculo não é um conjunto de imagens, mas uma relação social entre pessoas mediadas por imagens [e sons]”, como proporcionarmos, então, uma aprendizagem em discursos dialógicos [as poéticas da retórica] através do empoderamento de não-especialistas nesses meios e processos audiovisuais? Ou seja, nas complexidades das áudio-visuais technés interessa-nos debater essas potencialidades político-estéticas às “formas de uma futura [presente] guerrilha [semiológica] da comunicação” às tele-redes que, de volta para o futuro, constituem nosso warburguiano atlas rizomático sobre tais gestos na montagem audiovisual. |
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Bibliografia | BELLOUR, R. Entre-Imagens. Papirus, 1997.
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