ISBN: 978-85-63552-17-4
Título | Agora no futuro: A trilogia de Robert Zemeckis, trinta anos depois |
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Autor | Laura Loguercio Cánepa |
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Resumo Expandido | Desde a década de 1980, Robert Zemeckis dirigiu quinze e produziu quase trinta longas-metragens de ficção nos EUA. Algumas dessas obras figuram entre os maiores sucessos de bilheterias da história de Hollywood, como "Uma Cilada para Roger Rabbit" (1988), "Forrest Gump" (1994), "Náufrago" (2000), "Expresso Polar" (2004) e, sobretudo, a trilogia "De Volta para o Futuro" (1985, 1989 e 1990), que sozinha arrecadou quase um bilhão de dólares ao redor do mundo.
Sua carreira se iniciou na década de 1970, no auge da Nova Hollywood, mas deslanchou a partir de 1984, com o sucesso da aventura "Tudo Por Uma Esmeralda", inspirada em "Os Caçadores da Arca Perdida" (1981), de Steven Spielberg. Decidido a apostar no talento que viu em Zemeckis, Spielberg, já no ano seguinte, participou como produtor executivo do projeto "De Volta para o Futuro". Esse tipo de investimento não era novidade para a empresa Amblin, de Spielberg, que no ano anterior produzira "Gremilins", de Joe Dante, apelidado de "o ET com dentes". As produções de Spielberg "Gremlins" e "De Volta para o Futuro", além de "Goonies" (Richard Donner, 1985), "O Enigma da Pirâmide" (Barry Levinson, 1985) e outras, marcaram a guinada dos filmes fantásticos adolescentes no período. Essa tendência havia sido iniciada quase uma década antes por "Guerra nas Estrelas" (1977), de George Lucas, e é hoje a principal vertente do "blockbuster" hollywoodiano, como se verifica nas franquias "Transformers", "Crepúsculo", "Harry Potter", "Jogos Vorazes", "Divergente", "O Espetacular Homem Aranha", entre outras. Nesse contexto, Robert Zemeckis figura como o mais bem-sucedido dos "pupilos" de Spielberg e Lucas, e por várias razões. Em primeiro lugar, porque sua criação Marty McFly (personagem principal de "De Volta para o Futuro", interpretado por Michael J. Fox) se transformaria em protótipo do herói adolescente dos filmes de fantasia realizados desde então. Em segundo lugar, porque, como George Lucas (criador da companhia ILM - Industrial Light and Magic), Zemeckis desenvolveu em cada um de seus principais filmes importantes inovações tecnológicas para a execução de efeitos especiais. Em terceiro lugar porque, como Spielberg, manteve o modelo narrativo clássico, afastando-se muitas vezes dos filmes de aventura para realizar melodramas com ambições mais "sérias" e adultas. Ainda como Spielberg, Zemeckis produziria filmes de diretores jovens ligados ao cinema fantástico, como fez com Peter Jackson em "Os Espíritos" (1996). Como observa Norman Kagan, Zemeckis representa o tipo de cineasta surgido em Hollywood na virada da década de 1980, obcecado pela tecnologia, pelo humor adolescente, pelo modelo narrativo clássico e pela postura conservadora em termos políticos e comportamentais. Assim, sua figura, de certa forma, condensa as transformações de Hollywood no período. O objetivo deste trabalho é refletir sobre o papel da série "De Volta Para o Futuro" na carreira de Robert Zemeckis e nos rumos do cinema hollywoodiano a partir da década de 1980. Busca-se compreender a cristalização de um tipo de cinema que tem como características fundamentais o fato de voltar-se para as plateias adolescentes, de narrar histórias ligadas aos gêneros de fantasia e de investir no desenvolvimento acelerado de tecnologias digitais de efeitos especiais, que servem de base à toda a indústria contemporânea de entretenimento audiovisual. |
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Bibliografia | HANDLEY, Rick. "A matter of time: The unauthorized Back to the Future Lexicon". Hasslein Books, 2005.
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