ISBN: 978-85-63552-17-4
Título | A SOCIALIZAÇÃO DA CRIANÇA BRASILEIRA EM DOCUMENTÁRIOS CONTEMPORÂNEOS |
|
Autor | MARIA MARGARETE PINTO CHAVES |
|
Coautor | Carlos Francisco Pérez Reyna |
|
Resumo Expandido | A pesquisa é sobre como documentários brasileiros representam a socialização da criança. Foram analisados cinco documentários: “A Invenção da Infância” (SULZBACH e SHMIEDT, 2000), “Que letra é essa?” (ROCHA, 2004), “Criança, a alma do negócio” (RENNER e NISTI, 2008), “Infância Incomum” (NATIONAL GEOGRAPHIC, 2012) e Mitã (MATTOS, 2013).
A socialização é um processo de apropriação, reinvenção e reprodução coletiva, segundo Corsaro (2011). Através das diferentes instituições sociais (familiares, econômicas, culturais, educacionais, políticas, ocupacionais, comunitárias e religiosas), as crianças vão se constituindo, interpretando o mundo adulto e produzindo suas culturas de pares. Para Prout (2005) a criança é produto de fatores biológicos, mas a infância se constitui híbrida, na intersecção de fatores sociais, culturais, tecnológico e históricos. A partir de 1995 vem aumentado o estudo do cinema vinculado à sociedade na qual se produz, simultaneamente, espectadora das suas manifestações (MONTÓN, 2009). Mas, conforme Nóvoa et al (2009), as imagens ainda precisam serem mais discutidas no Brasil. Pesquisas sobre infância com filmes, por exemplo, ainda são poucas. Segundo Marcello (2008), elas ainda não chegam a constituir um campo de discussão expressivo, grande parte restringem-se à análise dos filmes infantis e não de filmes sobre crianças. Na pesquisa, a análise fílmica foi feita pela desconstrução do filme, análise temática, análise histórica, contextualização e articulação teórica. Foram objeto de análise o filme na sua totalidade narrativa, suas imagens em separado, e os recursos estratégicos de sua produção: enquadramento, composição, ponto de vista, imagem-duração, etc. Foram analisados todos os diálogos, depoimentos e entrevistas, e recursos de sons. As falas foram transcritas para facilitar a análise. Utilizou-se da análise de conteúdo de Bardin (1977) para exploração dos dados, tratamento dos resultados, realizando inferências e interpretações. Foram construídas categorias de análise com base na fundamentação teórica: 1)Diferentes contextos sociais, econômicos e culturais da infância brasileira; 2)Instituições de socialização da criança brasileira; 3)Atividades e cotidiano da criança brasileira; 4) Transformações na concepção de infância e modos de socialização da criança no Brasil e 5) Reprodução interpretativa das crianças na cultura de pares. Segundo Aumont e Marie (2004) em se tratando de análise de filme, não existe um método geral, sendo necessário conhecer a história do cinema e dos discursos que o filme escolhido suscitou. Para Marc Ferro (1992), analisar a realidade que um filme representa, é associá-la com o mundo que a produziu, considerando-a não apenas do ponto de vista semiológico e estético, mas da história do cinema, com suas significações que não são somente cinematográficas. Conforme ele, por detrás do conteúdo aparente, pode-se ter uma realidade não aparente, uma realidade não visível, que somente será alcançada através de um estudo mais sistemático e profundo. Constatando-se, assim, o potencial do cinema para se estudar concepções, comportamentos e práticas de um determinado período sócio-histórico. Pela análise fílmica, pode se estudar a socialização da criança brasileira, algumas questões, conflitos e práticas de infância no contexto atual do País. Inclusive, analisar concepções e ideologias sobre infância no Brasil. Concluindo-se que os filmes podem constituir legítimos representantes, de alguma forma, da cultura, concepções e práticas de uma sociedade. |
|
Bibliografia | AUMONT, Jacques e MARIE, Michel. A análise do Filme. Trad.Marcelo Félix. Lisboa: Texto e Grafia. 2004.
|