ISBN: 978-85-63552-17-4
| Título | Pornografia, vanguarda e América Latina |
|
| Autor | Éri Ramos Sarmet dos Santos |
|
| Resumo Expandido | Pós-pornografia ou pós-pornô é como se convencionou chamar uma rede de produção cultural ampla e diversa que busca tensionar a pornografia como lugar privilegiado de produção de sentido sobre o corpo, a sexualidade e o desejo. Na América Latina, essa rede organiza-se a em mostras e festivais audiovisuais onde estão presentes os questionamento das normas de gênero e sexualidade, mas em especial as diferenças latino-americanas no que diz respeito às “matrizes” queer e feminista norte-americanas e européias. Apesar de assumir formas artísticas variadas, o pós-pornô tem no audiovisual seu formato mais difundido, recuperando questões da arte visual e da pornografia cinematográfica. A internet e os festivais são os espaços por onde circulam seus filmes, vídeos e agentes, fazendo com que o modo de produção e distribuição das imagens sustente-se em um modelo colaborativo propício à criação de coletivos, que nos últimos anos vêm se multiplicando em países como Brasil, Argentina, Chile e México.
Parto da hipótese de que a pós-pornografia produzida na América Latina reinscreve o ativismo queer/feminista a partir de um olhar pós-colonial, híbrido e ambivalente (BHABHA, 2013), que reatualiza uma tradição visual-performática de trabalhar a dissidência sexual a partir do choque e do deboche, identificada no cinema em filmes de vanguarda como “Flaming Creatures” (1963), de Jack Smith, “Christmas on Earth” (1963), de Barbara Rubin e “Fuses” (1965) de Carolee Shneemann. Para tanto, analisarei o curta-metragem “Amor com a cidade” (2012), do coletivo paulista Pornô Clown. Através de uma análise cultural e crítica aliada à tradição da análise fílmica, buscarei apontar as aproximações e distinções entre essa produção e o cinema de vanguarda norte-americano, refletir sobre os modos de produção e circulação da pós-pornografia na América Latina e suscitar reflexões acerca das dinâmicas de gênero, raça e classe no filme em questão. |
|
| Bibliografia | BALTAR, M. Princípio da dupla evidência: o vídeo amador na interconexão entre pornografia e documentário. In: CÁNEPA, LAURA; MULLER, ADALBERTO; SOUZA, GUSTAVO; SILVA, M. (Ed.). Estudos de Cinema e Audiovisual SOCINE - Vol. 1. 1. ed. São Paulo: [s.n.]. p. 76–90.
|