ISBN: 978-85-63552-17-4
Título | Cineclube de Arquivo - A montagem poética de Artavazd Peleschian |
|
Autor | Guilherme Bento de Faria Lima |
|
Resumo Expandido | Trabalhar com imagens de arquivo não implica em deixar de lado outros elementos que auxiliem na produção de conhecimento e na busca por informações mais apuradas. O processo de apropriação implica um trabalho de investigação minuciosa e detalhada com o objetivo de desenvolvimento de uma reflexão crítica.
O Cineclube como um local de troca de impressões e experiências. A multiplicidade de propostas estéticas e a pluralidade de procedimentos de montagem como estratégia de desconstrução do discurso hegemônico. Como recorte de objeto, a proposta deste trabalho é desenvolver uma análise crítica comparativa entre a estética da montagem de quatro obras; Inhabitants (1970), Four Seasons (1975), Life (1993) e End (1994), de Artavazd Peleschian. O diretor armênio estabelece um trabalho poético com as imagens. Propõe uma espécie de ballet audiovisual, através de recursos específicos da montagem - como por exemplo; lopping, jump cuts, freeze, rewind e slow motion – provoca novas sensações e profundas reflexões no espectador. Estimula múltiplas percepções e afeta o olhar. Consegue a partir do ritmo da montagem fazer a passagem da delicadeza e da harmonia para a angústia e o desconforto. Subverte os movimentos das imagens e, com isso, confere novas possíveis interpretações para um mesmo fragmento. O som também é explorado como mais um elemento de significação e complexidade. Os ruídos e os ostinatos musicais são utilizados como uma opção estética de ênfase dramática. Peleschian busca estabelecer sentido nas intermitências das imagens. Explora as fissuras e as fragilidades delas para organizar sua estrutura narrativa. Desenvolve seu trabalho através de um olhar atencioso frente às imagens de arquivo. Como um habilidoso arqueólogo busca escavar e tornar evidente aspectos contidos nas mesmas que não tinham sido observados. Por isso, estabelece novos diálogos através da novos arranjos e organizações. A poesia na montagem como um modo de fazer conhecer, como uma maneira de multiplicar possibilidades de imaginação sobre as imagens. |
|
Bibliografia | BERGSON, Henri. Matéria e Memória - Ensaio sobre a relação do corpo com o espírito. São Paulo: Martins Fontes, 1990.
|