ISBN: 978-85-63552-17-4
Título | As três fases da produção televisiva do documentarista João Salles |
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Autor | Caroline Maria Manabe |
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Resumo Expandido | A apresentação se concentrará em traçar as principais características da primeira fase da obra de João Moreira Salles, que se dá entre os anos 1987 e 1998. Dentro desta produção é possível observar um caminho que o leva à descoberta do documentário moderno, que marca sua carreira no cinema.
Suas duas primeiras produções, as séries China - o império do centro (1987) e América (1989), ambas exibidas pelo canal Manchete, formam o primeiro momento do diretor. Com formato bastante popular na televisão, ou seja, voz over, entrevistas, edição rápida e tom didático. As séries também são carregadas da visão da literatura pós-moderna, que estava recebendo bastante atenção na época. Em seguida, o diretor faz uma sequência de filmes com uma veia poética bastante acentuada. Começa com Poesia é uma ou duas linhas e por trás uma imensa paisagem (1989), em que traz a poetiza Ana Cristina César tratada com delicadeza e afeto. Em Blues (1990) temos diversos compositores de blues, retratados com nostalgia e reverência. E no curta de apenas cinco minutos Dois poemas (1992), vemos uma maior experimentação formal, tanto no quadro como na banda sonora. Já no documentário Jorge Amado (1996), João Salles retoma alguns procedimentos das primeiras séries, porém ressalta o viés lírico do escritor Jorge Amado, por influência das produções citadas acima. Desta maneira, o tom didático se afasta e vê-se mais atenção à representação do universo dos personagens do escritor, uma aproximação mais afetiva do diretor com seu tema. Enfim, em 1998 com a série Futebol (1998) vemos um diretor interessado em novos procedimentos de filmagem e edição, e que inicia sua fase moderna com o terceiro episódio da série, em que está mais a vontade com a encenação direta e realiza um filme de fato ligado à tradição do documentário moderno. |
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Bibliografia | BERNARDET, Jean-Claude. Cineastas e imagens do povo. São Paulo: Brasiliense, 2003.
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