ISBN: 978-85-63552-17-4
Título | Images-ricochet: rede de sentidos |
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Autor | Ana Paula Nunes |
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Resumo Expandido | Víctor Rodríguez em El cine y outras miradas aponta três dimensões nas diferentes maneiras de se fazer e entender a crítica cinematográfica: descritiva, com a intenção de informar sobre o filme; analítica, que implica na formação de um novo olhar para o filme; e participativa, “con el propósito de contribuir a una apreciación colaborativa de la película” (2009, p. 197). Fazendo um paralelo com o ensino do cinema para crianças e jovens, há os projetos ou programas que priorizam a informação sobre as técnicas audiovisuais, outros querem formar um olhar apurado para a qualificação do “bom cinema” e há ainda aqueles que seguem o objetivo de pensar as imagens e com as imagens. Com a ressalva de que essas divisões são flexíveis e intercambiáveis.
Rodríguez chama a prática da crítica interessada no debate cinéfilo de “cinema de rede”, pois articula uma rede social de amantes de cinema, público e críticos, que compartilham suas visões diferenciadas, e “el que se comparte em la red de redes entre conocidos y desconocidos, cabría considerarlo como una manera de continuar disfrutando” (2009, p. 198). Da mesma forma, pode-se ressaltar a dimensão de “cinema em rede” naquele tipo de abordagem pedagógica que trabalha especialmente com associações de pessoas, de imagens, de filmes, de projetos, que valorizam a horizontalidade, e a produção coletiva de sentidos e afetos. Neste sentido, a primeira rede seria a associação do campo do cinema com o da educação. Há o tipo de rede de pessoas, projetos, instituições e países, com objetivo de refletir sobre as relações entre o cinema e a educação e suas práticas, assim como políticas públicas para qualificar e ampliar essa união, como a Rede Kino – Rede Latino-Americana de Educação, Cinema e Audiovisual (que já está no seu sétimo encontro anual) ou o projeto European Film Literacy (coordenado pelo British Film Institute). Há o tipo de rede social mais próximo do uso ordinário, como as direcionadas às relações interpessoais por via digital, com compartilhamento de vídeos e comentários com a temática de audiovisual e educação, como o portal EMdiálogo, feito em parceria por uma rede de universidades, e que promove o festival Imagens Emdiálogo, um festival online de vídeos realizados por estudantes do ensino médio. Na sua terceira edição em 2014, com o tema Uma Escola Sem Muros, o festival contou com cento e cinquenta e um vídeos inscritos, de setenta e cinco cidades das diferentes regiões do Brasil. Houve premiação de quatro vídeos, o Prêmio Web de Crítica para o vídeo que obtivesse os melhores comentários no portal durante o festival e o I Encontro de Jovens Produtores de Audiovisual, um encontro presencial após o festival online. Outro exemplo é o programa Le Cinéma, Cent Ans de Jeunesse, coordenado pelo serviço pedagógico da Cinemateca Francesa. O projeto internacional de educação cinematográfica desenvolve ateliers de realização em diversas regiões da França e também em Portugal, Itália, Espanha, Brasil, Grã-Bretanha e Alemanha, formando uma verdadeira rede de instituições e pessoas apaixonadas pelo cinema, e que seguem as mesmas regras do jogo (uma questão anual, por exemplo “o ponto de vista”) durante a preparação de material pedagógico sobre a questão, a pesquisa e a produção audiovisual. No entanto, esta comunicação dá ênfase ao sentido metodológico onde é possível aplicar o conceito de rede. Durante pesquisa de doutorado em fase de conclusão, investigou-se como praticar análise fílmica em contexto escolar. E é através das images-ricochet, das imagens associativas, das redes de sentido que conseguimos promover uma análise criativa e participativa em ambiente pedagógico. |
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Bibliografia | ARCHAT-TATAH, C. Ce que l'école fait avec le cinéma. França: Presses Universitaires de Rennes, 2013
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