ISBN: 978-85-63552-17-4
Título | Continuar hoje, significa descontinuar |
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Autor | walmeri Kellen Ribeiro |
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Resumo Expandido | Inserida no campo de estudo das artes na era Anthropocene (Paul Crutzen), esta proposição pretende discutir a potência das artes na sensibilização e ampliação das discussões em torno dos impactos das mudanças climáticas na sociedade contemporânea. Pois, alguns pesquisadores (Jeffrey Kastner, Ricardo Dal Farra, Natalie Jeremijenko, Ioan Negrutiu, entre outros), acreditam que a arte, com sua capacidade de desenvolvimento de novas ferramentas e estratégias, pode desestabilizar os pensamentos convencionais sobre nossas relações com e na natureza, desempenhando um papel importante na conscientização e sensibilização para as questões ambientais. Pois, segundo Bruno Latour (2014) “Continuar hoje, significa desconctinuar”.
Para tanto objetiva-se com esta comunicação refletir sobre as contribuições das artes e, sobretudo, dos dispositivos audiovisuais para este campo de estudo. À luz das palavras de Edmond Couchot (2012) “a arte aguça primeiramente nossa aptidão para criar, penetrar e explorar mundos imaginários, como se tivessem a mesma espessura de ser que os mundos reais, para elaborar hipóteses sobre o sentido dos mundos, antecipar seu futuro, inscrever-se em sua própria temporalidade e jogar com as formas do tempo...”. Partirei de experiências realizadas no Projeto Brisa: Territórios Sensíveis, bem como dos projetos artísticos LAB < Other Places, Formats and Practices in Performance > [2013- performance| videoinstalação], Deserts [2013- Performance|videoinstalação], Maré|Rasante [2014 – videoinstalação], LAB Paisagem|Emergência [2015- intervenção], para tecer um diálogo entre os estudos audiovisuais, os estudos da performance e das ciências cognitivas. BRISA: territórios sensíveis, é um projeto de pesquisa e criação artística inserido no campo da arte, politica, ciência e natureza. Fundamentado metodologicamente na Performance practice as research (Haseman, 2006), propõe que a partir de experiências imersivas, questões políticas, poéticas, estéticas e cognitivas emergem como campo de possibilidades criativas, de construção de um pensamento crítico, contribuindo para as metodologias de pesquisa em artes e para novos mecanismos e dispositivos de criação em audiovisual. O projeto, constituído por uma rede transdisciplinar de pesquisa que envolve artistas de diferentes áreas como: audiovisual, artes do corpo, arte e tecnologia, artes visuais e música, tecnólogos, geógrafos, urbanistas e moradores das regiões estudadas, visa uma prática colaborativa de investigação e criação. Fazem parte hoje da rede de colaboração os laboratórios de pesquisa LAS, LPCA, ACT, NANO EBA|UFRJ. Ao entender que as questões de pesquisa|criação surgem a partir de processos experienciais, e que experiências são operações emocionais e cognitivas, Brisa e os projetos artísticos acima citados, propõe investigações balizadas nas relações entre corpo e meio ambiente, performance e percepção, sensorialidade e impulsos criativos. Este pensamento, portanto, está fundamentado ao entender o corpo como um sistema dinâmico e auto-organizativo, permeado incessantemente pelo fluxo de informações que se dá na relação entre corpo-espaço-tempo. Assim, acredita-se que a partir de atos performativos, ou seja, da inserção do corpo em um processo performativo de experiência|criação, este atua como cocriador, propondo possibilidades de ação, descobrindo caminhos, apontando soluções a partir de experiências que se dão no campo sensorial e cognitivo. Contribuindo assim, por um lado, para as metodologias de pesquisa em artes e, por outro, para novos mecanismos e dispositivos de criação em audiovisual. |
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