ISBN: 978-85-63552-17-4
Título | Informação e acesso: Instrumentos para a popularização da TV digital |
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Autor | Thais Carrapatoso Nascimento |
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Resumo Expandido | A TV, consolidada no séc. XX, estabeleceu-se como um grande veículo de massa: centralizava, e ainda centraliza, os interesses, os poderes e a atenção geral das sociedades. Desde o final da déc. de 90, o meio vem sendo afetado pelas inovações tecnológicas, e principalmente pelas alterações de comportamento que a sociedade vem sofrendo por força destas inovações. Este trabalho tem como objetivo identificar os fatores e os agentes que impedem a popularização da TV digital brasileira, uma vez que o serviço de televisão continua a ser o mais popular no Brasil: muitas vezes a principal, senão a única, fonte de informação e entretenimento. A análise do processo de digitalização, ainda em andamento, da TV aberta brasileira, bem como das tevês americana, européia, japonesa e da Argentina, talvez possam evidenciar caminhos e possibilidades para atenuar esta delicada transição e apontar quais os melhores instrumentos para a popularização do sistema brasileiro. Nossa pesquisa se baseia em documentação do processo de instalação da TV Digital no Brasil, a partir de 2006 até o momento atual. Para melhor embasamento do tema, utilizamos Almir Almas e seu ‘Televisão digital terrestre, sistemas, padrões e modelos’ (2013), Para entender a TV digital – tecnologia, economia e sociedade do século XXI’ de Valério Brittos e Denis Simões (2011), e a ‘Televisão Digital: informação e conhecimento’ de Maria Gobbi e Maria Kerbauy (orgs. 2010). Usaremos ainda documentos produzidos e veiculados na web por empresas tais como Olhar Digital, Observatório da Imprensa, Teleco, Convergência Digital, entre outros; seguiremos publicações como Revista Set, Tela Viva e Revista da Radiodifusão. Dada a atualidade do tema, entrevistas com pessoas ligadas aos setores de telecomunicações como André Barbosa Fo. (EBC), David Britto (TQTVD), Lourival Kiçula (ELETROS), Antônio M. Pena (Record Digital).
Alguns artigos, teses e pesquisadores, como Patrícia Maurício (2012), Gustavo Cardoso e Suzana Santos, chegaram a afirmar que a TV digital brasileira era um grande ‘embuste’ e que antes mesmo de sua implementação, já estava fadada ao fracasso. De acordo com Patrícia Maurício a implantação mundial - não só no Brasil, da TV Digital pode ser considerada um case contemporâneo de fracasso comercial. Para ela, o fracasso do novo meio, se deu por atrapalhar o modelo de negócio das emissoras de TV e não interessar à indústria eletroeletrônica. A revista Tela Viva, em agosto de 2011, publicou que as razões que levaram à baixa adesão da TV digital aberta e interativa brasileira, seriam: "a indústria fabricante diz que não há conteúdo que justifique o investimento em um televisor mais caro; a radiodifusão diz que falta escala para lançar conteúdo relevante; todos, incluindo desenvolvedores, apontam que sem uma suíte de testes não dá pra lançar equipamentos, conteúdos e aplicativos para o DTVi” (MERMELSTEIN; LAUTERJUNG, 2011). Deve-se esclarecer que no caso específico da escolha do sistema da TV digital aberta brasileira,‘’O governo postergou o quanto pode[...] mas, às vésperas da campanha em que o presidente Lula se lançou à reeleição, não teve mais como segurar’’ (CRUZ, 2008), e ainda, no meio do turbilhão de denúncias e do escândalo do mensalão, “pesou na escolha o fato de as emissoras terem se fechado em bloco em prol do padrão japonês, que, no início, tinha o apoio explícito somente da Globo. [...] Mas em janeiro de 2006 fechou-se um consenso com todas as empresas em torno do ISDB-T japonês. Não podemos afirmar que a TV digital aberta brasileira fracassou. Ela ainda está em fase de implantação. Vale relembrar que o sinal digital aberto de televisão já está disponível para cerca de 62% da população brasileira, e mesmo assim, ainda é desconhecido por grande parte da população, que confunde o sinal aberto da TV digital brasileira, com o sinal também digital, dos canais da TV por assinatura. |
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Bibliografia | ALMAS, Almir. Televisão Digital Terrestre: Sistemas, Padrões e Modelos. Ed. Alameda, 2013.
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