ISBN: 978-85-63552-21-1
Título | Os vídeos musicais como condutores de narrativa na telenovela do SBT |
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Autor | João Paulo Lopes de Meira Hergesel |
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Resumo Expandido | O segundo semestre de 2015 foi marcante para a teledramaturgia brasileira do SBT, que contou com três novelas infantojuvenis sendo exibidas, por algumas semanas, sequencialmente: a fase final de “Chiquititas” (2013-2015), a fase inicial de “Cúmplices de um Resgate” (2015-2016) e a reprise de “Carrossel” (2012-2013), todas com autoria de Íris Abravanel e direção geral de Reynaldo Boury.
Essas produções, embora com enredos distintos, apresentaram pontos em comum, além do público-alvo: um deles é a presença constante de videoclipes, feitos precipuamente para a televisão e inseridos tanto de forma orgânica como extradiegética na trama, a fim de contribuir com a construção da fábula. Nota-se, contudo, que a presença da linguagem verbal (sobretudo na oralidade) tende a se sobressair na narrativa audiovisual constituída nos clipes e, consequentemente, nas telenovelas. A pesquisa descrita nesta proposta tem, portanto, o objetivo de examinar o papel do videoclipe enquanto produto televisivo e auxiliar de condução da ficção seriada, sobretudo nos aspectos que tangem à relação palavra-imagem. Como corpus, foram eleitos cinco vídeos musicais de “Chiquititas”, obra já finalizada e de ligação maior com a esfera artística. São os títulos selecionados: “Alegria, Alegria”, “Ti-Bum-Pá”, “Mentirinhas”, “Palco” e “Se uma estrela aparecer”. Primeiramente, pretende-se separar os recortes observando os seguintes aspectos: material intradiegético (os que entram de forma natural na narrativa); conteúdo de dupla funcionalidade (os quais, a princípio, estão deslocados da trama, mas posteriormente se integram à história); produção paralela (aqueles que não estão diretamente presos à narrativa matriz, mas dizem respeito ao que ocorre na história); elemento inorgânico (imersos de maneira desligada à fábula principal); e outra forma de motivação artística (vídeo musical não compatível com a definição de videoclipe). Em seguida, almeja-se oferecer um estudo estilístico dirigido a cada um dos clipes, a fim de observar os traços audiovisuais comuns aos produtos em questão e o enlace entre palavra e imagem que geram, especialmente, figuras de linguagem. Para isso, elenca-se como corpo teórico as obras de David Bordwell, Kristin Thompson e Renato Pucci Jr. (sobre estilo no audiovisual) e Charles Bally, José Lemos Monteiro e Nilce Sant’Anna Martins (sobre a estilística da língua portuguesa). Tem-se, previamente, a hipótese de que o pleonasmo e a metalinguagem se destacam, uma vez que ambos os recursos tendem a intensificar a história que se pretende transmitir ao público-alvo; e de que as cores vibrantes, o plano conjunto, o posicionamento frontal fixo e o ritmo acelerado se coincidem, já que são características pertinentes à emissora. |
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Bibliografia | BALLY, Charles. Traité de stylistique française. Paris: Klincksieck, 1909.
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