ISBN: 978-85-63552-21-1
Título | Construção do suspense em Sueurs Froides e em Vertigo |
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Autor | Maria do Socorro Aguiar Pontes Giove |
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Resumo Expandido | Em virtude do fato de que as dobras e as desdobras perpassam Sueurs Froides (d’entre les morts) (1954), de Pierre Boileau e Thomas Narcejac, e Vertigo (1958), de Alfred Hitchcock, entendemos que o conceito Dobra constitui uma ferramenta teórica pertinente para a interpretação das obras literária e fílmica. N’ A dobra, Deleuze elabora um construto teórico para chegar à definição de uma filosofia do barroco em função da filosofia de Leibniz. Ademais, analisaremos como o conjunto de dobras e desdobras converge para a construção do suspense em ambas as obras.
“Desdobra”, “dobra” e “mônada” são conceitos-chave, colhidos em A dobra de Gilles Deleuze, que ajudarão a sustentar a tese aqui defendida. Quanto à definição de suspense e o que este implica, servimo-nos, principalmente, de algumas ideias de Noël Carroll, desenvolvidas em The Philosophy of Horror or Paradoxes of the Heart. Para Deleuze, “desdobrar é aumentar, crescer e (...) dobrar é diminuir, reduzir” (2012, p. 23). Em outros termos, a desdobra significa duplicação, multiplicação, ao passo que a dobra representa o menor elemento da matéria (DELEUZE, 2012, p. 18). Por exemplo, em Vertigo (1958), a dobra é representada pelo buquê de rosas, pelo colar ou pelo penteado, presentes no retrato de Carlotta Valdes. Ou, em Sueurs Froides (d’entre les morts) (1954), a dobra é o colar ou o coque de Pauline Lagerlac. Já o desdobramento ocorre quando, de simples representações pictóricas, o buquê de rosas, o colar ou o penteado se materializam em elementos caracterizadores da personagem “Madeleine” . Destarte, pela forma como as obras literária e fílmica estão formatadas, notamos que a desdobra, ou a duplicação, faz parte da estrutura logístico-estética das mesmas, haja vista que estão divididas em duas partes. Cada parte de Sueurs Froides (d’entre les morts) (1954) contém seis capítulos. A duplicação deste romance também se evidencia pelo fato de ter sido escrito por dois autores: Pierre Boileau e Thomas Narcejac. Já com relação a Vertigo (1958), consideramos que a primeira parte vai do início da obra cinematográfica até à cena do pseudo-suicídio de “Madeleine”, e a segunda começa na cena do julgamento de Scottie e termina com a morte de Judy. Tanto Pierre Boileau e Thomas Narcejac quanto Alfred Hitchcock lançam mão, em suas respectivas obras, de forma sistemática, da duplicação de situações, lugares, objetos e personagens. Esta ferramenta estética, a um só tempo, chama a atenção para a importância de tais elementos e coloca o leitor/espectador em estado de suspense. Convém salientar que o objetivo deste artigo não é fazer um levantamento de todas as duplicações presentes nas obras literária e fílmica, mas, mediante os duplos mais significativos para o propósito deste trabalho, chegar à ideia aqui defendida: o desdobramento enquanto recurso estético fulcral para a construção do suspense. Assim, em um primeiro momento, faremos um levantamento de alguns duplos. Em seguida, passaremos a analisar como tais duplos confluem para a construção do suspense em ambas as obras. |
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Bibliografia | AUMONT, Jacques; MICHEL, Marie. Dicionário teórico e crítico do cinema. Tradução de Eloisa Araújo Ribeiro. Campinas, SP: Papirus, 2003.
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