ISBN: 978-85-63552-21-1
Título | Cinema no Brasil, anos 1970 – por um Mercado Paralelo de filmes |
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Autor | Maria do Socorro Sillva Carvalho |
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Resumo Expandido | Um extenso material de pesquisa arquivado na Cinemateca do MAM/RJ sobre as Jornadas Brasileiras de Curta-Metragem, realizadas anualmente em Salvador, esboça um quadro bastante rico de dimensões ainda pouco estudadas acerca da história do cinema brasileiro. A partir desse arquivo, composto basicamente de recortes de jornais da época e documentos do próprio evento, investigo o cinema brasileiro dos anos 1970 na perspectiva de suas dificuldades de exibição. Problemas com a censura política, falta de recursos financeiros, circuito exibidor dominado pelo cinema comercial, conflitos entre os cineastas das diversas bitolas (35mm, 16mm e Super–8) marcavam o meio cinematográfico do momento. Segundo Cosme Alves Neto, então Diretor da Cinemateca do MAM, assíduo frequentador do famoso festival baiano e o grande responsável pela rica documentação arquivada, as Jornadas eram “o principal lugar de confrontação, exame e análise do cinema de curta-metragem” que se fazia no Brasil, tanto profissional quanto amador. No bojo dessas discussões, quase sempre muito acaloradas, em 1973, surge a ideia de criação de um Mercado Paralelo de filmes visando dar conta da difusão de uma crescente produção curtametragista. Nessa perspectiva, constituem-se longos debates em torno dos possíveis circuitos alternativos – salas de arte, circuito universitário, movimento cineclubista – para dar vazão às novas realizações que a cada ano se apresentavam aos festivais existentes no país, mas sem acesso ao público regular das salas de cinema. Desse modo, o estabelecimento do Mercado Paralelo de filmes, como alternativa para aquele cinema que encontrava “portas fechadas no mercado comercial tradicional”, inclusive o cinema experimental ou “cinema de invenção” nas três bitolas, era visto como medida básica para o fortalecimento do cinema nacional. As controvérsias sobre a questão passam a ocupar espaços nas edições das Jornadas, sobretudo em Simpósios anuais, dos quais participavam os mais destacados nomes ligados ao cinema no Brasil, entre os quais seus mais atuantes realizadores, produtores, críticos, pesquisadores, além de estudantes. Ao acompanhar a construção e o desenvolvimento dessas discussões acerca do excludente mercado exibidor de cinema no Brasil, é possível se fazer uma reconstituição do pensamento cinematográfico da época como importante fenômeno da diversidade artística e cultural do país. |
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Bibliografia | CRUZ, M P P. O super-8 na Bahia: história e análise. Dissertação (Mestrado em Ciências da Comunicação) – Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo, 2005.
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