ISBN: 978-85-63552-21-1
Título | Analisando webdocumentários: navegação, interação, orientação |
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Autor | Tatiana Levin Lopes da Silva |
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Resumo Expandido | O documentário trabalha sua narrativa utilizando constantemente de linguagens mediadoras como o uso do comentário ou de intertítulos a preencher falhas do seu potencial narrativo. Winston (2008) ao analisar alguns produtos conclui que o documentário permite diferentes enquadramentos narrativos com princípios organizadores diferenciados, tais como uso de elos de causalidade e associação de ideias ou mesmo de estruturas cronológicas. A narrativa nesse gênero portanto não surge da simples disposição de sequências ao acaso, há sempre um enquadramento interpretativo a guiar o espectador, mesmo que este seja eventualmente determinado por estruturas episódicas ou pelo dito mais do que pelo mostrado. Para este mesmo autor, tais preocupações formais não são diferentes com o uso de tecnologias interativas, mesmo nas narrativas ramificadas não-lineares existe algum princípio organizativo a viabilizar um engajamento comunicativo (WINSTON, 2012). Um dos guias mais funcionais no webdocumentário é a construção de uma interface específica para cada projeto no sentido de se tornar um dispositivo a facilitar a navegação por uma rede de documentos. O webdocumentário sendo ainda um documentário encontra-se numa transposição de um gênero conhecido para a web 2.0, uma nova mídia que tem como característica ser um ambiente participativo. Ao ser modificado pela componente interativa, essa espécie de documentário interativo pede novos métodos de análise a ultrapassar as conquistas teóricas construídas baseadas no documentário como um produto narrativo da ordem do fílmico. Este objeto agora hipermidiático (LANDOW, 2006) está baseado numa mídia onde o efeito de desmantelamento (RYAN, 2001) é uma condição que coloca como desafio a construção de estruturas narrativas. Tais estruturas devem considerar opções de escolha que eram da ordem da realização e que agora, apesar de ainda predeterminadas pelo autor do projeto, devem ser compartilhadas com um espectador que é um usuário e interator. Ele deve sentir que o computador responde a seus comandos de forma a lhe tornar um participante da experiência, ou seja, a lhe dar agenciamento, um prazer estético característico dos ambientes digitais. Este usuário pode ainda tornar-se um “prosumer” (GAUDENZI, 2014), um “consumer” produtor de conteúdo no contexto das mídias colaborativas. Vemos no entanto no cenário de webdocumentários essa participação do usuário como uma potencialidade, de forma que tem sido dado a ele um espaço de presença com uma “voz-como-participação social” mais do que como uma “voz-como-autoria” (NASH, 2014), está última sendo no âmbito da modificação da narrativa principal do produto. Portanto, seguindo Sandra Gaudenzi (2014), vemos o webdocumentário como um documentário interativo que segue os modos de interação dos I-docs hipertextuais e participativos, admitindo-se ainda a afirmação dessa autora de que ele “(...) não é uma evolução do documentário linear na era da mídia digital mas uma nova forma que usa a interatividade a posicionar o espectador dentro do I-doc, demandando dele um papel ativo na reconstrução, representação, e negociação dos fatos que ele retrata”. Marcos Palacios (2003), que também tem como objeto de análise um gênero de não-ficção que migrou para a web, considera uma armadilha tratar um objeto midiático comunicativo como algo fundamentalmente novo, trazendo assim como conclusão no seu artigo a existência majoritária de processos de continuidade em relação a práticas e modelos anteriores, de forma que sua hipótese é que a real ruptura está na falta de limite crono-espaciais no ambiente da web. George Landow (2006) fala da desorientação na navegação por uma narrativa hipermidiática e multissequencial como um problema ou efeito desejado. Nosso objetivo nesta comunicação é apresentar a análise de alguns webdocumentários por meio da classificação do tipo de estrutura narrativa, modo de navegação e estratégias de orientação a nortear a experiência de acesso e sentido narrativo |
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Bibliografia | GAUDENZI, Sandra. The living documentary: from representing reality to co-creating reality in digital interactive documentary, 2013. |