ISBN: 978-85-63552-21-1
Título | Da Crítica e da Crônica em Artur da Távola e Helena Silveira. |
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Autor | Maria Ignês carlos Magno |
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Resumo Expandido | Com a consolidação do gênero telenovela surgem os críticos. Melhor dizendo, os críticos de televisão passaram também a criticar a telenovela. Dois críticos considerados fundamentais para entendermos a crítica de televisão e de telenovela no Brasil foram Helena Silveira e Artur da Távola. Para Priolli, “a rigor, a crítica de televisão é recente” [...] e “a crítica de televisão sistemática regular só começou nos anos de 1960” com Helena Silveira, no jornal Folha de S. Paulo em São Paulo, e Artur da Távola, no jornal O Globo no Rio de Janeiro. Embora a crítica de telenovela existisse simultaneamente à crítica literária, teatral e cinematográfica, na época, as discussões e os debates sobre a televisão e a telenovela brasileiras se davam nas páginas dos jornais diários. Se tomarmos a crônica e a crítica como gêneros literários surgidos nos jornais a partir do século XIX, muitas são as aproximações teóricas existentes entre elas. Desde as primeiras críticas produzidas nos jornais brasileiros, escritas por romancistas e poetas, especialmente José de Alencar, Machado de Assis e Álvares de Azevedo elas estavam diretamente vinculadas ao jornalismo. Não sendo notícias produzidas para informar o leitor sobre algum acontecimento, mas, segundo Maria Cecília Garcia (2004, p: 71), “textos diferenciados no corpo do jornal, um texto informativo-opinativo, que abusa da função expressiva da linguagem com o objetivo de atrair o leitor para a obra artística [...]” as críticas, são irmãs próximas da crônica, do comentário, da coluna, da resenha. E como todas elas, de acordo com a autora, é um texto dúbio, com personalidade incerta: um pé na literatura, outro no jornalismo. Daí a classificação como gênero literário-jornalístico. Aproximações e dubiedades que podem ser notadas ao longo dos textos de Artur da Távola e Helena Silveira publicados em suas colunas nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo. Textos diferenciados no corpo do jornal, os críticos escreviam crônicas quando ressaltavam um assunto do dia-a-dia, fosse do cotidiano de uma maneira geral, fosse do cotidiano da televisão, dos programas, de personagens, e polêmicas; fugiam aos padrões rígidos que caracterizam um texto jornalístico, e produziam o específico da crônica. Mas, quando tomavam uma obra como ponto de partida para sua análise, quando partiam de um produto televisivo e analisavam o que faziam era crítica. Como meu objeto atual de pesquisa é a produção crítica sobre a telenovela brasileira nos anos 1970, considerei interessante desenvolver um estudo das aproximações teóricas e o específico da crônica e da crítica na produção dos autores. O fato de a pesquisa ter a crítica, a telenovela e a crítica de telenovela como pontos de estudo, além dos autores citados no resumo expandido, alguns teóricos que comporão os debates serão: Antonio Candido, Décio de Almeida Prado, Leyla Perrone-Moisés, Alfredo Bosi, Roberto Schwarz, Raymond Williams, Roland Barthes, Mikael Bakhtin, Renata Pallottini, Maria Aparecida Baccega, Maria Elisa Cevasco, Eugênio Bucci, Maria Rita Khel, Maria Cecília García, e outros estudiosos da crítica, da televisão, da telenovela, da crônica. É importante ressaltar que Helena Silveira e Artur da Távola serão estudados, ao mesmo tempo, como fonte e referência. |
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Bibliografia | BACCEGA, Maria Aparecida. Crítica de televisão. In: MARTINS, Maria Helena (Org). Outras Leituras. São Paulo: Senac /Itaú Cultural, 2000. |