ISBN: 978-85-63552-21-1
Título | Outros espaços, outros filmes: cineclubes escolares e cinema nacional |
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Autor | Míriam Silvestre |
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Resumo Expandido | O cineclube e a exibição de produções nacionais no ambiente escolar pode promover a reflexão crítica sobre a sociedade. A exibição sistemática desses filmes no cineclube escolar rege tanto o cumprimento legal da LDB, a Lei nº 13006/2014 (que acrescentou um item ao artigo nº 26 da LDB, sobre a exibição de filmes brasileiros nas escolas), como abre o espaço da escola para comunidade. Os filmes de produção nacional seriam exibidos nas escolas de maneira a integrarem-se às suas propostas pedagógicas que viabilizam no ambiente escolar o exercício da prática democrática. O cineclube se caracteriza por um espaço no qual se discute e assiste a filmes, sem um caráter lucrativo. A atividade cineclubista tem início na França ao final da década de 1910. O principal objetivo deste tipo de espaço é estimular o público a ver e discutir cinema (conforme é explicado na página do Conselho Nacional de Cineclubes). Durante muito tempo no Brasil, quando não existiam cursos voltados para a produção de cinema, os cineclubes eram o local para esta formação (tal como foi o caso do Clube de Cinema de São Paulo, inaugurado em 1940). Os cineclubes no Brasil tiveram força na década de 1960, com intensificação de debates voltados para não somente para a Sétima Arte, como para a fomentação de uma discussão sobre a produção nacional. Ao se considerar a força das imagens em movimento não podemos esquecer que vivemos em uma sociedade midiática. As novas gerações estão em constante e direto contato com material audiovisual. No âmbito da história, a abrangência do filme como fonte documental já é trabalhada e refletida desde a década de 1970. Para o historiador Marc Ferro “o cinema fascina e inquieta”, o espectador desprender-se de sua realidade e outras representações de mundo passam a ser criadas e recriadas. A experiência crítica com o cinema, no espaço da escola é pedagogicamente uma das perspectivas que podem estabelecer plenamente a formação emancipatória do protagonismo e da autonomia da comunidade escolar. Uma pedagogia pautada no debate, na qualidade da educação pelo viés da intervenção cultural. O crescimento do número de cineclubes escolares demonstra o potencial deste espaço, graças a iniciativas que possibilitaram o fornecimento de equipamentos, além da formação de professores (em 2014, no DF, 77 escolas públicas estavam equipadas). |
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Bibliografia | ALVES, Giovanni. Tela crítica: a metodologia. Londrina, PR: Práxis; Bauru, SP: Canal 6, 2010. |