ISBN: 978-85-63552-24-2
Título | Um pato no caminho: a FIESP e a disputa do território no audiovisual |
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Autor | Adil Giovanni Lepri |
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Resumo Expandido | O audiovisual feito para a internet tem cada vez mais se tornado um importante instrumento político, e os avanços tecnológicos têm facilitado e condicionado uma determinada produção discursiva nas redes sociais. Este artigo pretende investigar de que forma a técnica é importante nessa equação (LEVY, 1997), como a retórica do excesso, a imaginação melodramática (BROOKS, 1995) e a noção de cinema de atrações (GUNNING, 2006) se articulam na construção e disputa do território da Av. Paulista (HAESBAERT, 2014; MASSEY, 2000) por parte de grupos favoráveis e desfavoráveis ao impeachment de Dilma Rousseff. O recorte se dará em manifestações feitas em março de 2016 na cidade de São Paulo, tendo como centro da análise a relação mantida com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) e sua sede distintiva na avenida por cada movimento, com exemplos de vídeos das fanpages do Facebook Movimento Brasil Livre (MBL), Jornalistas Livres e Mídia Ninja. A retórica do excesso e os códigos do melodrama são aspectos que norteiam a reflexão, sustentada por conceitos de Gaines (1999) como pathos do fato e mimetismo político, bem como a noção de afeto encontrada em Spinoza (2009). Dessa forma propondo uma discussão que gira entorno do corpo como atração via de regra, do ódio como característica banal (ARENDT, 1981) no discurso mais identificado com a direita e na diversidade e alegria como aspecto construído com afinco pelo discurso audiovisual à esquerda. A relação travada por cada polo político com o prédio sede da FIESP, e de forma indissociável a própria entidade em si (que foi favorável ao impeachment), é um dado fundamental que transforma a representação audiovisual do território em disputa, inclusive modificando sua fachada, coberta com painéis luminosos. A ausência e presença dessa edificação, e de suas decorações acessórias, de forma clara em cada paisagem audiovisual deixa evidente a forma como se relacionam os movimentos com a entidade, destacando-se em determinados vídeos discursos diretos de apoio e oposição ao que ela representa. |
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Bibliografia | ARENDT, Hannah. A condição humana. Rio de Janeiro: Forense-universitária, 1981. |