ISBN: 978-85-63552-24-2
Título | Kléber Mendonça e a ciranda de todos nós: configurações espaciais e re |
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Autor | Genilda Azeredo |
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Resumo Expandido | A questão espacial é uma preocupação nos filmes do diretor Kléber Mendonça, sendo uma problemática significativa em Recife Frio, O som ao redor e Aquarius, algo já presente nos próprios títulos. O curta Recife Frio inclusive faz referência a um livro do arquiteto pernambucano Armando de Holanda, intitulado Roteiro para construir no Nordeste: arquitetura como lugar ameno nos trópicos ensolarados, destinada a “construções humanas e generosas”, ou seja, “a uma poesia impossível” (cito fala do filme). A referência aparece em um contexto que denuncia o aumento vertiginoso dos prédios e de uma arquitetura e paisagem urbana que segregam e desumanizam. Em Recife frio, a tonalidade utilizada é irônica e paródica, diferente daquela adotada nos dois outros filmes. A despeito desta diferença, lançamos a hipótese de que Recife frio antecipa, de modo embrionário, várias problemáticas que são desenvolvidas nos filmes posteriores, a exemplo do conflito de classes, do drama social, dos efeitos advindos da especulação imobiliária e da desumanização das cidades. Partindo destas considerações, propomos a discussão dos três filmes tendo como foco a questão espacial, inclusive com a cidade do Recife captada entre a fantasia distópica de Recife frio e as conotações realistas de O som ao redor e Aquarius. Algumas das questões que motivam a presente discussão seriam: de que modo a configuração espacial contribui para os significados da narrativa fílmica como um todo? Que efeitos a tonalidade irônica de Recife frio provoca quando pensamos no “Recife” dos outros filmes? Como as narrativas articulam os espaços com a crítica social e os diferentes gêneros (documental, suspense, thriller) que informam os filmes? Que gestos de resistência os espaços indiciam? Também lançamos a hipótese, como trajetória de investigação, que os três filmes aqui abordados configuram espaços que vão desde a cidade (Recife frio), o bairro, à rua (O som ao redor), culminando na interioridade da casa (Aquarius). |
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Bibliografia | Bachelard, Gaston. A poética do espaço. In: Os pensadores. Vol. XXXVIII. Tradução de Antônio da Costa Leal e Lídia do Valle Santos Leal. São Paulo: Abril Cultural, 1974. |