ISBN: 978-85-63552-24-2
Título | Em busca de uma filiação: O Rei do Carimã (Tatá Amaral - 2009) |
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Autor | Francisco Alves dos Santos Junior |
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Resumo Expandido | O Rei do Carimã (2009), dirigido por Tatá Amaral é construído em torno de Joaquim Piza de Souza Amaral, pai da realizadora, e relata os desafios da diretora em descobrir um segredo guardado por ele durante toda a sua vida. Para reconstruir uma parte do passado dele, a cineasta assume a posição de narradora-personagem, produzindo, ao mesmo tempo, um gesto de mediação entre os vestígios produzidos por Joaquim Amaral durante a juventude e entre o presente da filmagem, engajando o espectador a compartilhar com ela uma investigação sobre uma parte de sua vida que lhe foi negada, reinventando um passado e uma identidade. No ensaio “Em Nome do Pai: La dernière année, de Philippe Vilain” (NORONHA, 2014), Noronha analisa o livro escrito pelo escritor francês no qual ele narra uma parte da vida do pai, mesclando memórias da infância do autor com os desafios da personagem em lidar com uma doença terminal. Essas obras, as quais a figura paterna é problematizada, tem sido chamada de “narrativas de filiação”. O termo foi criado em 1996 pelo pesquisador Dominique Viat, utilizando as obras de Vilain como corpus de análise. Nesse tipo de narrativa, o autor, além de restituir as suas memórias, questionam a sua condição de filiação, reencenando e reinterpretando a sua relação com a figura biografada. Este trabalho pretende, assim, analisar, a partir de uma aproximação as narrativas de filiação, o documentário O Rei do Carimã (Tatá Amaral - 2009) a fim de entender as estratégias utilizadas pela diretora para representar a figura paterna, e ao mesmo tempo, reescrever as suas próprias memórias e uma parte de sua vida que lhe foi sonegada. |
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Bibliografia | BERNARDET, Jean-Claude. “Documentários de busca: 33 e Passaporte Húngaro”. In: MOURÃO, Maria Dora e LABAKI, Amir (orgs.). O Cinema do Real. São Paulo: Cosac Naify, 2005. |