ISBN: 978-85-63552-24-2
Título | A aldeia das imagens |
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Autor | Ernesto de Carvalho |
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Resumo Expandido | A aldeia das imagens Cena 1: Durante as exibições, em salas de shopping centers, de “Que horas ela volta”, nos momentos em que o filme pareceria querer provocar uma espécie de constrangimento, na forma de um comentário acerca do Brasil contemporâneo e suas transformações sociais, pessoas da alta classe média riam. Riam da cara da protagonista. Pergunta 1: O que está na tela basta? Será que faz sentido pensar o cinema hoje sem que ele esteja acompanhado de debate? Existe possibilidade de intencionalidade no cinema descolada de vida social? Cena 2: Um filme realizado em uma oficina de vídeo em uma comunidade Mbyá-Guarani é exibido em um festival de cinema. Logo em seguida um debate insiste sobre a questão do “ponto de vista nativo”. Um investigador insiste que na imagem se revela uma ontologia própria. Pergunta 2: O que ocorre com a recepção do cinema indígena? Quais os riscos no processo de reconstrução e agenciamento desse objeto artístico? Cena 3: Um movimento social produz uma série de vídeos para discutir o processo de gentrificação e transformação urbana provocada a partir de interesses privados. Os vídeos utilizam as ferramentas e procedimentos do documentário. Quando assistidos por pessoas que concordam com a gentrificação, eles não parecem críticos. Pergunta 3: Como provocar posicionamento dentro do documentário mantendo a atitude de uma pedagogia emancipatória? Cena 4: Produções americanas de grande orçamento retratam aspectos criminosos do governo Estado-Unidense. Em uma cena de Sicário (2015) de Denis Villeneuve, a CIA atravessa a fronteira com o México intervindo diretamente na guerra entre os cartéis. Pergunta 4: O que exatamente essa aparente transgressão produz no mundo. Se ela não produz nada, como é exatamente que ela não produz nada? *** Uma certa pedagogia da dissociação tem fundamentado a ideia de um cinema descolado de seu contexto social, de sua circulação, de sua apropriação, de sua vida. A aldeia das imagens pretende criar itinerários de situações na tela e fora da tela para recusar de diversas formas essa ideia de cinema, e indagar o que sobra. |
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Bibliografia | FROGER, MARION, Le cinéma à l’épreuve de la communauté (2010) |