ISBN: 978-85-63552-26-6
Título | ÓDIO E CORRUPÇÃO EM TELA: O MASSACRE EM RUANDA, 1994 |
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Autor | Jeniffer Alves Cuty |
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Resumo Expandido | Este trabalho parte dos estudos desenvolvidos junto ao projeto M.I.D.I.A: Memória, Imaginário, Direitos, Inclusão e Acessibilidade, o qual coordeno na Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. MIDIA se dedica à memória da dor em Estados de Exceção e em situações de vulnerabilidades, por conta da violência urbana, considerando o referencial teórico da Memória e do Imaginário Coletivo em Walter Benjamin, Maurice Halbwachs, Paul Ricoeur, e Gilbert Durand, bem como e, sobretudo, nos Direitos Humanos, por meio da leitura da doutrina no Direito Internacional e das cartas e dos tratados internacionais que vigoram desde a Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948). O projeto ainda aborda estudos de violência urbana e extrema vulnerabilidade relativa a mulheres com deficiência, em seus deslocamentos cotidianos pela cidade. No âmbito dos Direitos Humanos, sabe-se que existem três Sistemas Regionais no mundo, sendo eles o Interamericano, o Africano e o Europeu. O grupo de pesquisa está igualmente interessado em investigar situações de lesa-humanidade e suas representações em imagem audiovisual e fílmica nos contextos da América Latina e da África. Diante dessa proposta e com uma trajetória de estudos sobre processos de violência simbólica e ética (ler Judith Butler) em representações fílmicas de cidades, a pesquisadora se dedicou à análise de filmes focados no genocídio ocorrido em Ruanda, em 1994, no qual resultou em aproximadamente um milhão de mortos tut-sis e hutus moderados. Foram selecionados dois filmes ficcionais baseados neste fato, sendo eles, Hotel Ruanda (2004, direção de Terry George) e Shake hands with the devil (traduzido como A História de um Massacre, de 2007, dirigido por Roger Spottswoode). Ambos retratam a tragédia humana a partir da visão de dois homens, sendo um deles um africano Paul, gerente de um hotel de luxo e, o outro, o oficial canadense da ONU Romeo Dallaire, enviado ao país em missão de paz. A metodologia de análise segue a descrição fílmica, a análise de fotogramas (Aumont e Martin) e a análise da dinâmica e das opções fílmicas em relação ao fato relatado. Cabe o destaque à fala do personagem de Dallaire, o qual, ao final do filme, afirma que “o silêncio é muito alto”, o que o impossibilita de ficar só após tantos anos passados ao genocídio, aproximando esta cena às questões trabalhadas por Benjamin nos textos “Experiência e Pobreza” e “O narrador” (1993). Na busca do estado da arte acerca do tema do genocídio em Ruanda e temas correlatos, localizamos setenta trabalhos listados na Plataforma Capes. Os aspectos de crimes de lesa-humanidade, crimes de guerra, crimes de estupro e evidente contexto impregnado da cultura da corrupção estão abordados nas pesquisas localizadas, mas não, necessariamente, inter-relacionadas. Esta pesquisa, portanto, visa identificar as correlações da corrupção e dos processos de lutas étnicas representados pelas películas estudadas e verificar como o cinema, neste caso, pode ser difundido na educação e nas práticas cotidianas dos direitos humanos. O estudo segue ainda a lógica de lembrar para que nunca mais aconteça, respeitando os preceitos do Direito à Memória. |
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Bibliografia | ALVES, Ana Cristina Araujo. CONTOS SOBRE RUANDA: uma análise crítica das narrativas sobre o genocídio ruandês de 1994. 01/05/2005 158 f. Mestrado em Relações Internacionais. PUC:RJ, RJ. Biblioteca Depositária: Biblioteca Central. |