ISBN: 978-85-63552-26-6
Título | Diversidade sexual no videoclipe Flutua |
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Autor | Wilton Garcia Sobrinho |
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Resumo Expandido | No contemporâneo, há um extravagante movimento oscilatório de representações fragmentadas (não-lineares), em qualquer circunstância – do provisório ao deslizante. Entre cinema e audiovisual, engendram-se a produção e a crítica – de filme, televisão, vídeo etc. Ou seja, fazer e/ou pensar uma produção audiovisual, atualmente, requer verificar a silhueta de finos e delicados detalhes recorrentes nas combinatórias do que possa ser visto/lido como tal. Hoje, discutir a produção de arte e cultura, no Brasil e no mundo, implica (re)considerar as condições adaptativas de atualização/inovação das chamadas categorizações da diversidade sexual com seus variados suportes e conceitos híbridos. Imagine ponderar a argumentação desse tipo de diversidade no campo contemporâneo do cinema e do audiovisual (FOSTER, 2003; WAUGH, 2000), em especial o videoclipe brasileiro. Aqui, Instauram-se (des)territorialidades de enunciados estratégicos, metaforicamente, em extensa esfera de imprevisibilidades diante de contextos que circundam qualquer produção audiovisual. Da realidade à ficção (e vice-versa), a diversidade sexual equaciona as identidades de gênero e orientação sexual, para além do senso comum. E, cada vez mais, aspectos econômicos, identitários, socioculturais e/ou políticos (GUMBRECHT, 2015) agenciam/negociam articulações estratégicas a examinar a expressão do sujeito na contemporaneidade, ao distinguir imediatos deslocamentos e flexibilidades, sobretudo no âmbito do audiovisual. Disso urge uma inquietação, em forma de pergunta, como problema de pesquisa no campo contemporâneo do cinema e do audiovisual: como (re)dimensionar a produção da audiovisual contemporânea mediante a agenda de debates a respeito da diversidade sexual no Brasil e no mundo? Este texto apresenta uma leitura sobre a diversidade sexual no videoclipe Flutua (2017, 7 minutos), de Ricardo Spencer, com música de Johnny Hooker e a participação de Liniker. Ao desenvolver uma discussão teórico-política, este trabalho – em formato ensaio (CANCLINI, 2016) – agencia/negocia um posicionamento crítico-reflexivo sobre situações complexas e atuais, cujo fluxo situacional de (im)possibilidades pauta a tríade: alteridade, desigualdade e diferença. Há uma experimentação poética de provocações e desafios a serem descortinados pela leitura que se pretende, neste estudo, realizar. Da (re)dimensão teórica à política, essa narrativa audiovisual ressalta o uso estratégico do discurso cinematográfico, como implemento de uma discursividade política, que exemplifica parte da realidade violenta das comunidades e pessoas Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis, Transgêneros, Queers, Intersexs (LGBTTQI) e afins, no Brasil e no mundo. Vale destacar, assim, as artimanhas paradoxais que aproximam técnicas do discurso cinematográfico (de narrativa com profundidade visual, por exemplo) e da linguagem videoclipe (fragmentada, não-linear), como contrapontos emblemáticos às resultantes do enunciado. Para efetuar a referida leitura crítico-reflexiva, o percurso metodológico ancora-se em uma dinâmica de três níveis distintos, porém complementares: observar, descrever e discutir fragmentos dessa narrativa audiovisual, baseada pelo propósito teórico-político dos estudos contemporâneos do cinema (GERACE, 2016; NAGIB, 2012, RAMOS, 2005; STAM, 2003). Tais níveis arquitetam o modus operandi desse estudo, a pontuar a diversidade sexual. Os resultados, assim, apontam para a produção de conhecimento permeada pela produção de subjetividade, no debate a respeito de uma (re)dimensão queer (MURARI; NAGINE, 2015; SANTOS, 2014), entre alteridade, desigualdade e diferença. E a pesquisa sobre cinema e audiovisual no Brasil necessita pensar melhor a respeito dessa diversidade. Trata-se, sim, de provocar a gestação de dinâmicas – simultaneamente teórica e política – da produção de imagem e informação. |
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Bibliografia | CANCLINI, N. G. O mundo inteiro como lugar estranho. São Paulo: EdUSP, 2016. |