ISBN: 978-85-63552-26-6
Título | A montagem nos documentários sergipanos (2005 - 2015). |
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Autor | Luzileide Silva |
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Resumo Expandido | Ao abordar a montagem dos documentários sergipanos contemporâneos, essa análise procura observar através dos aspectos processuais da montagem como as imagens e os sons são empregados para estruturar suas narrativas. Partimos do princípio de que os documentários se constituem de elementos imagéticos e sonoros para reapresentar o mundo, mas compreendemos que hoje em dia, diferente de outros períodos históricos do cinema, o documentário não é visto como simples inscrição da realidade, mas como algo complexo e sofisticado, com informação, provocação e entretenimento para uma determinada audiência. O documentário contemporâneo engloba uma grande variedade de estilos que incorporam em sua estrutura as mais diversas formas de enunciação. As novas tecnologias como câmeras portáteis, a facilidade de manipulação de softwares de edição, tanto de som quanto de imagem, também trouxeram modificações estéticas, além de proporcionar o acesso à produção de documentários por aqueles que antes eram apenas personagens. A entrevista mesclada com outros tipos de enunciação, como a narração, intertítulos, materiais ressignificados e a observação, fundamentam formas mais complexas de reapresentar o mundo.Desta forma, o documentário pode ser auto-reflexivo, ficando claro que nunca foi uma janela para a realidade, mas uma maneira de “(re)apresentá-la”. De acordo com Spence e Navarro (2011) o todo que corresponde o documentário é constituído entre as ligações de diversos elementos imagéticos e sonoros. E de acordo com Nichols (2005), o documentário contemporâneo tem apresentado formas mais complexas de expor seus elementos, que procuram demonstrar o mundo através da elaboração de reflexões. Sendo assim, é através da seleção e organização dos sons e imagens pela montagem que as mensagens se articulam para criar essas reapresentações do mundo. Então, como sugere Manuela Penafria (2009), para entender como a montagem seleciona e organiza os elementos empregados nos documentários é necessário decompô-los em categorias, para assim identificar a aplicabilidade do som e da imagem e depois observar de que modo eles criam relações, se assemelham ou se distanciam. No que diz respeito a montagem, Fernando Morales Morante (2013) a considera uma ferramenta de construção que pode ser pensada a partir de processos operacionais e conceituais e observada como os procedimentos que funcionam para produzir discursos, sensações e sentimentos. Desta forma, ao compreender que os documentários usam elementos imagéticos e sonoros para reapresentar o mundo, buscaremos entender de que maneira a montagem estabelece suas estratégias narrativas por meio de processos operacionais que geram determinadas relações conceituais para narrar, emocionar e significar no documentário. A partir deste entendimento procuramos perceber por meio da análise de processos operacionais e conceituais da montagem como as imagens e os sons dos documentários sergipanos premiados na última década pela Mostra Competitiva de Curtas Sergipanos, do Festival Ibero Americano de Cinema – Curta-Se, estabelecem suas relações comunicativas. Entre os anos de 2005 e 2015 foram premiados nos três primeiros lugares, onze documentários que representam uma parcela significativa do que foi produzido no estado. Sendo assim, a análise dos curtas-metragens: Estamos na Mussuca de Lívia Lessa, Vira-mundos e Você conhece La Conga de Sérgio Borges, Deu Bode de Fátima Góes, O arquivo de Ivan de Fábio Rogério, Josefa da Guia de Rita Simone, Rezou à família e foi ao cinema de direção coletiva do Núcleo de Produção Digital Orlando Vieira, Caixa d’Água Qui Lombo é esse? e Conflitos e Abismos – A expressão da condição humana de Everlane Moraes, A mão que borda de Caroline Mendonça e O Muro é o meio de Eudaldo Monção Júnior, podem também nos ajudar a identificar modificações no emprego dos elementos imagéticos e sonoros que constituem esses documentários e aspectos específicos da montagem dos documentários sergipanos contemporâneos. |
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Bibliografia | AMIEL, Vicent. A estética da montagem. Tradução, Carla Bogalheiro Gamboa – Lisboa: Editora Texto e Grafia, 2011. |