ISBN: 978-85-63552-26-6
Título | Experiências com o Cinema na Educação: crianças com câmeras nas mãos |
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Autor | ARTHUR FELIPE DE OLIVEIRA FIEL |
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Resumo Expandido | São muitos os estudos que relacionam cinema e educação. Temos nomes importantes que se debruçaram por essa área e defenderam a importância da contribuição para o grande campo da educação. É inegável também que a presença do cinema no ambiente escolar é de longa data. Muitas vezes o filme ia para sala de aula quando o professor faltava e outras vezes era utilizado de forma meramente ilustrativa para elucidar algum conteúdo do currículo escolar. Contudo, para além dessas apropriações, a potencialidade do fazer cinema encontra no espaço escolar um jardim frutífero no qual é preciso experimentar para proliferar. É nesse sentido que essa comunicação visa a trazer as experiências evidenciadas e vivenciadas por teóricos como Alain Bergala, Adriana Fresquet e Cezar Migliorin e coloca-las em diálogo com a pedagogia do multiletramento trazida por Roxane Rojo, que, apesar de não mencionar diretamente o cinema em seus estudos, só evidencia sua potencialidade ao considerar que essa pedagogia se constitui da codificação e decodificação de multisemioses produzidas de multimodalidades. O que teria o cinema então se sua própria constituição não fosse absolutamente mútipla em todas suas faces? Tratamos aqui de experiência pois é a parti dela que a escola pode extrair pra si o melhor do fazer cinema: a experiência de vivenciá-lo, em todas suas formas, no espaço escolar. Como aponta MIGLIORIN (2015, p.10) “o cinema se apresenta como uma experiência com o mundo, com o outro, com o conhecimento, através das imagens e narrativas.”. Assim, o autor também defende a ideia de que a escola afeta o cinema e ele é também afetado por ela. Mais adiante, em seu estudo, o autor apresenta ainda três crenças que serão aqui consideradas essenciais ao pensarmos na possibilidade do cinema na escola: a primeira delas é “no cinema e na sua possibilidade de intensificar as invenções do mundo. A segunda é na escola, como espaço em que o risco de invenções é possível e desejável.” A terceira crença e fundamental para experiência de toda possibilidade e potencialidade do cinema é “na criança, como aquele que tem a criar com o mundo, com os filmes.” (MIGLIORIN, 2015). No entanto, essas crenças e essa experimentação só nos é possível se o cinema estiver efetivamente presente no ambiente escolar. E o seu experimentar não deve se restringir aos discentes exclusivamente, é preciso que toda escola experimente. É na coletividade da experiência que o cinema experimenta toda sua potência. Magda Soares (2004, p.110) salienta que “uma educação que se mostra com face polissêmica e se processa de um modo singular dá-se não por palavras, mas por olhares, gestos, coisas, pelo lugar onde vivem”. É considerando a potencialidade do experimento com o cinema no ambiente escolar que a pedagogia do multiletramento vem a colaborar. ROJO (2012) salienta que essa prática não se restringe exclusivamente às múltiplas práticas de leitura e escrita, mas sim à multiplicidade de linguagens, semioses e mídias envolvidas na criação de discursos multimodais e em toda pluralidade e diversidade trazida por seus autores. Assim, nos é possível voltar à Bergala, Fresquet e Migliorin para perceber o quão diversas são as experiências tidas com o cinema em ambiente escolar. A multiplicidade dos discursos experimentados, a criatividade e o criticismo nos mostra a potencialidade do cinema enquanto experimento e linguagem. Formar crianças conscientes, criativas e críticas é talvez a maior função da educação escolar. Assim, o cinema com ela pode colaborar pois sua potência não está em apenas ir a escola apenas como texto ou como tema, mas como ato e criação, especial e essencialmente por sua forma sensível e singular de se relacionar com as pessoas e com o mundo. (MIGLIORIN, 2015). O cinema pensa e faz pensar. A materialidade de sua imagem é texto e também contexto. É a partir do compartilhamento dessas experiências e dessa forma de pensar que temos a potencialidade do experimento cinema em ambiente escolar. |
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Bibliografia | BERGALA, Alain. A Hipótese-Cinema – Pequeno tratado de transmissão do cinema dentro e fora da escola. Rio de Janeiro: Booklink; CINEAD-LISE-FE/UFRJ, 2008. |