ISBN: 978-65-86495-01-0
Título | Deuses entre nós: convenções das adaptações fílmicas de super-heróis |
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Autor | Vilson André Moreira Gonçalves |
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Resumo Expandido | O objetivo do presente trabalho é investigar as convenções estéticas e narrativas das adaptações fílmicas de super-heróis produzidas entre 1978 e 2018, atentando para o notável crescimento no número de produções do tipo ao longo das últimas décadas. Considerando que atualmente os filmes de super-herói constituem uma parcela substancial do cinema mainstream, um fenômeno praticamente inescapável no panorama do cinema hollywoodiano, as possibilidades de análise que este material oferece são amplas. Assim, essa investigação se justifica pela forte presença de tais obras na cultura pop, extrapolando os limites das páginas e das telas. No que diz respeito à noção de gênero, estes filmes são geralmente veiculados, e portanto identificados, pela indústria cinematográfica como películas de ação e, com frequência, de aventura; outras vezes ainda, são classificados como obras de fantasia ou ficção científica. Haja vista que constituem uma parte tão relevante do mercado, movimentando bilhões de dólares todos os anos, questiono, porém, se os elementos estruturais fundamentais deste conjunto de obras constituem um gênero próprio, para além de serem tão somente desdobramentos de outras categorias. Para tanto, parto da observação de adaptações cinematográficas live-action de personagens oriundos dos selos Marvel Comics e DC Comics, produzidas entre 1978 a 2018, discutindo os tropos e as configurações estéticas mais paradigmáticas. A partir deste recorte, objetivo delinear quais são os caracteres que efetivamente configuram o filme de super-herói e como este modelo genérico emprega a linguagem cinematográfica para estabelecer sua especificidade diante das plateias. Minha hipótese é de que, para além da presença de seres superpoderosos facilmente identificáveis como heróis ou vilões, estes filmes oferecem tratamentos particulares aos elementos fundamentais da mise-en-scène particulares, assim como elegem tipologias temáticas específicas, singularizando-se, deste modo, enquanto um gênero fílmico autônomo. Com o propósito de compreender os elementos mais arquetípicos da narrativa heroica, apoio-me nos escritos de Campbell (2004) e Vogler (2007). No que se refere ao estabelecimento de uma linguagem das narrativas de super-heróis, trabalho a partir do que foi observado por Coogan (2006) nas histórias em quadrinhos e por Burke (2015) na onda cinematográfica recente. Para analisar as características formais centrais desses filmes, tal como as especificidades que poderiam caracterizá-los como gênero singular, busco suporte teórico nos modelos de análise propostos por Altman (1999), Cawelti (2003), Bordwell (1985; 2006) e Schatz (1981). |
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Bibliografia | ALTMAN, Rick. Film Genre. Londres: BFI Publishing, 1999. |