ISBN: 978-65-86495-01-0
Título | “Incrível! Fantástico! Extraordinário!” e a intermidialidade no horror |
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Autor | Laura Loguercio Cánepa |
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Coautor | Genio de Paulo Alves Nascimento |
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Resumo Expandido | Antes do domínio da televisão nos lares brasileiros, o rádio reinava como meio eletrônico de comunicação massiva, e um de seus formatos mais populares era a rádio-dramaturgia. Dentre as inúmeras possibilidades exploradas nesse campo estavam as histórias de fantasmas e assombrações. Um dos pioneiros e mais importantes artistas/produtores a dar espaço a essas histórias foi Henrique Foréis Domingues (1908-1980), mais conhecido como "Almirante". Foi ele o responsável pela criação do longevo programa "Incrível! Fantástico! Extraordinário!", na Rádio Tupi do Rio de Janeiro, em 21 de outubro de 1947. Durante quase 12 anos, Almirante e sua equipe reconstituíram centenas de relatos de terror, supostamente enviados por ouvintes do Brasil inteiro. Transmitido ao vivo, sempre nas noites de terças-feiras, o programa apresentava, a cada edição, quatro contos em forma de “causos”. As histórias, em geral, eram sobre mortos que voltavam para cumprir promessas ou aparições misteriosas. O programa remetia à famosa peça de rádio de Orson Welles, A Guerra dos Mundos (1938), adaptação do romance de ficção científica de HG Wells. No auge do sucesso da série, em 1951, o próprio Almirante reuniu em livro uma seleção de 70 causos narrados, publicados por O Cruzeiro”. Anos depois, em 1969, o cineasta Adolpho Chadler adaptou para um longa-metragem em episódios quatro histórias publicadas no primeiro livro: “A ajuda”, sobre um homem que atende ao apelo de uma mulher na estrada; “O sonho”, sobre uma moça que prevê a morte de suas colegas; “A volta”, sobre uma mulher aterrorizada pela imagem do marido morto; e “O coveiro”, sobre um homem que deseja roubar o anel de um rico milionário. No mesmo ano, foi feita a primeira adaptação para quadrinhos, pela Editora Fase, do Rio de Janeiro, com apresentação e textos do próprio Almirante, e desenhos creditados ao Studio Vital Produções. Em 1980, foi ao ar um quadro dentro do programa Fantástico da Rede Globo de Televisão, com o mesmo nome do programa do Almirante, que trazia teledramatização de vários episódios apresentados no rádio, como "O morto que riu", sobre um fotógrafo que registrou o sorriso de um cadáver; "O parto", no qual um médico já falecido ajuda uma grávida a dar à luz. Os episódios foram dirigidos por Maurício Sherman e apresentados pelo ator Mário Lago. Por fim, em 30 de novembro de 1994, com direção de Marcos Schechtmann e apresentação de Rubens Correa, a extinta Rede Manchete estreou um programa homônimo com a mesma intenção de apresentar, a cada episódio, uma história de suspense e mistério. Diferentemente das adaptações anteriores, porém, que buscavam causos tidos como verídicos, os episódios da Manchete apresentavam versões de contos literários. O programa durou apenas treze episódios e foi encerrado no início de 1995. Este trabalho busca iniciar uma pesquisa que observe o processo intermidiático e transmidiático em torno da série Incrível! Fantástico! Extraordinário!, de modo a compreender com mais amplitude as formas que essas narrativas adquiriram em suas versões audiovisuais. |
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Bibliografia | BARBOSA FILHO, André. Gêneros radiofônicos: os formatos e os programas em áudio. São Paulo: Paulinas, 2003. |