ISBN: 978-65-86495-01-0
Título | SPCine Play – uma análise de plataforma para arranjos produtivos locai |
|
Autor | João Carlos Massarolo |
|
Coautor | Dario de Souza Mesquita Júnior |
|
Resumo Expandido | A SPCine (Empresa de Cinema e Audiovisual de São Paulo), foi criado pela Lei nº 15.930 de 20 de dezembro de 2013, em parceria com a Secretaria de Cultura do Município de São Paulo e entidades do audiovisual que fazem parte de sua governança corporativa, tais como a BRAVI (Brasil Audiovisual Independente), APACI (Associação Paulista de Cineastas), FORCINE (Fórum Brasileiro de Ensino de Cinema e Audiovisual), entre outras. A Spcine é uma empresa pública, sem fins lucrativos, e no planejamento estratégico consta três macros diretrizes: “o estímulo à produção de propriedade intelectual, promoção da inovação criativa e integração com instituições locais e internacionais, promovendo, no conjunto de suas atividades, a competitividade do arranjo produtivo audiovisual local.” (MANEVY, 2016, s/p). A Spcine promove políticas públicas de fomento do audiovisual da cidade de São Paulo, tendo uma forma de governança e ações que o levam a ser compreendido como um Arranjo Produtivo Local (APL) voltado ao audiovisual. Ou seja, é uma entidade composta por micro, pequenas e médias empresas, além de outras entidades representativas, com o objetivo de inovar a cadeia produtiva e de distribuição do audiovisual em seus diversos segmentos de mercado, estimulando o crescimento mútuo e práticas cooperadas entre produtores. As estruturas de um APL formam mão de obra local, investem em infraestrutura e tecnologia e promovem a aproximação entre segmentos empresariais (PORTER, 1998; ERIKSSON, 2009), através da criação de centros regionais que articulam diferentes campos criativos em rede de produção, que funcionam como espaços estratégicos de inovação para amplos setores da sociedade. Observa-se assim, uma aproximação de setores do audiovisual e empresas de tecnologia na produção de conteúdos, a exemplo do Google através do YouTube, sua plataforma gratuita de vídeo sob demanda (VOD), e outras empresas com serviços semelhantes, como a Netflix e o Facebook Watch, criado em 2018 e destinada para séries originais da rede social homônima (ENBERG, 2018). Assim, plataformas de vídeo sob demanda contribuem para a modicidade de preços, agregam valor à experiência dos indivíduos e promovem a expansão do mercado, que passa a alcançar públicos mais amplos e de forma mais personalizada (TYRON, 2014). A SPCine lançou em novembro de 2017, a plataforma VOD Spcine Play (https://www.spcineplay.com.br/), em parceria com a O2 Filmes e Hacklab, oferecendo o serviço de aluguel de filmes (pay-per-view). Inicialmente, a plataforma continha 10 filmes nacionais e era não acessível por Smart TVs ou dispositivos móveis (TERTO, 2017). Em outubro de 2018, a plataforma entrou em uma nova fase ao estabelecer parceria com o serviço de vídeo sob demanda brasileiro Looke, que ofereceu sua infraestrutura tecnológica para distribuição de filmes, entrevistas, shows e peças teatrais nacionais, com previsão de oferecer de cerca de 140 títulos, disponíveis por aluguel ou gratuitamente. A plataforma também passou a disponibilizar filmes de festivais, tais como Anima Mundi, É Tudo Verdade, In-Edit e Festival Internacional de Curtas-Metragens. Deste modo, a SPCine Play se posiciona como uma plataforma estratégica dos arranjos produtivos local, com uma política de distribuição de conteúdos em rede, acessíveis por diferentes janelas, oferecendo um serviço complementar à lógica tradicional de fomento à exibição em salas de cinema, expandindo o seu alcance de público e democratizando o acesso em outras regiões geográficas. O presente trabalho busca analisar a plataforma SPCine Play sob a ótica da convergência de mídias - com suas novas demandas produtivas para o setor audiovisual - procurando discutir o seu papel nos processos de inovação e de articulação do arranjo produtivo local audiovisual na cidade de São Paulo. |
|
Bibliografia | MANEVY, Alfredo. SPCine. Cidade de São Paulo – Cultura, 20 fev. 2015. Disponível em: . Acesso em: 11 abr. 2019. |