ISBN: 978-65-86495-01-0
Título | RECEPÇÃO E ESPECTATORIALIDADE: aproximações |
|
Autor | nilda jacks |
|
Resumo Expandido | Partimos da constatação de que a recepção de cinema é pouco estudada no cenário brasileiro (JACKS, 2008; 2010 e 2017) . Há pouca dedicação às audiências de cinema (MASCARELLO, 2004, 2005; RIBEIRO, JOHN, LUCAS, 2017) sendo que na década de 1990 é de completa ausência (JACKS; MENEZES; PIEDRAS, 2008), entre 2000 e 2009 são apenas sete dentre as 209 pesquisas que tratam dos processos e práticas de recepção (JACKS et al, 2014), e de 2010 a 2015 são nove (RIBEIRO; JOHN; LUCAS, 2017) em um universo de 102 pesquisas de recepção, 71 de consumo midiático e 11 de consumo cultural (JACKS et al, 2017). Para dialogar com essa produção trataremos da análise feita por dois pesquisadores brasileiros que enfrentaram o estado dos estudos do campo – Fernando Mascarello e Mahomed Bamba, os quais transitaram entre os âmbitos da recepção e da espectatorialidade cinematográfica. Mascarello fez um mapeamento dos principais estudos nacionais e internacionais (MASCARELLO, 2001; 2004; 2005), indicando os seus avanços no período de 1970 aos anos 2000. O esforço de Bamba (2013), que retoma Mascarello, entre outras coisas considera as lacunas do campo de estudos da recepção, abordando também o que trata como um subcampo, o da espectatorialidade. De modo geral, Mascarello (2001; 2004; 2005) e Bamba (2013), especialmente esse último, tratam o campo de estudos como sendo o da recepção, o qual mantém uma relação dialética com o subcampo chamado de espectatorialidade, tributário da tradição das teorias de cinema. A recepção, para eles, pressupõe elementos decorrentes de convenções institucionais nas condutas cinematográficas que ocorrem antes e depois do fato fílmico. São os formatos de produção e exibição, as práticas sociais e as construções ideológicas e políticas da audiência, peculiares ao cinema. O objetivo do diálogo proposto aqui é avançar no estudo da experiência cinematográfica, perseguindo a possibilidade de um enfoque que vincule a recepção fílmica e a espectatorialidade cinematográfica – ambas como parte da mesma experiência –, correspondendo respectivamente, às dimensões sincrônicas e diacrônicas da experiência subjetiva e midiática. É tentar o diálogo com a parcela da tradição dos estudos de cinema que se preocupa com a audiência cinematográfica, tendo como referência os estudos de recepção latino-americanos, pois as duas tradições têm pontos em comum, mas tem caminhado separadamente, pelo menos aqui no Brasil. |
|
Bibliografia | BAMBA, M. (org.). A recepção cinematográfica. Teoria e estudo de casos. Bahia: Editora da UFBA, 2014. |