ISBN: 978-65-86495-01-0
Título | Cine andino e reforma agrária na ditadura de 1968 no Peru |
|
Autor | Carlos Francisco Pérez Reyna |
|
Resumo Expandido | Das duas etapas: 1968-1975 e 1975-1980, esta comunicação abordará a primeira, uma vez que foram esses anos que o governo ditatorial de Velasco Alvarado, em termos de ressonâncias históricas, realizaram duas produções documentárias mais significativas dessa conjuntura: Runan Caycu de Nora de Izcue (1973) e Kuntur Wachana de Federico García (1977), ambos patrocinados pela “La Ley del Cine de 1972” e pelo organismo público SINAMOS (Sistema Nacional de Movilización Social). Entre os procedimentos metodológicos utilizaremos, a análises fílmica e suas molduras históricas. Ambas nos permitiram responder aos seguintes questionamentos: como foram construídos os filmes? Para quem foram realizados? Os realizadores pertenciam a um determinado grêmio político ou algum movimento artístico cinematográfico? Algumas breves reflexões sobre o cinema na historiografia peruana: fortemente enraizado em Lima o primeiro cinema teve vocações propagandísticas, populares e “criollas”, seu legado é mínimo. Não existe infraestrutura nem a apoio político para uma indústria cinematográfica nacional em permanente gestação. Existe um consenso quando alguns autores nos dizem que a história do cinema no Peru sempre teve crises (Ricardo Bedoya, 1995; Sarah Barrow, 2005). O centralismo limenho como regime político e económico produz uma hierarquização do território e de suas autoridades, também se aplica ao cinema peruano. Um claro exemplo disso é inexistência de produções fílmicas nas regiões geográficas de costa, serra e selva. Para o espectador de Lima capital, o mundo andino somente se limitava a algumas postais de Machu Picchu, a fotografias etnográficas e a danças estilizadas (Carlos Reyna, 2018). Só na década dos 50, longe da modernidade da elite limenha, nasce, cresce e se desenvolve um dos movimentos cinematográficos de América do Sul, Cine Club Cusco, núcleo originário daquilo que se conheceria internacionalmente como La Escuela de Cusco (Bedoya, 1995; Carbone, 1993). Do ponto de vista do cinema experimental, autores como Michael Channan (2009) nos lembram a importância desse cinema periférico devido a sua origem, seu estilo e sua diferencia tecnológica em relação a Hollywood e aos cinemas industriais europeus. No entanto, do ponto de vista da temática andina, negligenciam o problema da posse da terra e a transformação da estrutura agrária, isto é, de suas próprias condições de trabalho. Ao evitar essa abordagem, La Escuela de Cusco, evita também a história social e política de Cusco e da serra peruana de maneira geral. Esse é o pano de fundo para a relação que se aproxima entre o cinema andino, a ditadura e a reforma agrária. |
|
Bibliografia | BEDOYA, Ricardo. 100 años de cine en el Perú: una historia crítica. 2ª edición, Lima: Universidad de Lima, 1995. |