ISBN: 978-65-86495-01-0
Título | Cinema feito por mulheres em Alagoas: um panorama da ausência |
|
Autor | Maysa Santos da Silva |
|
Resumo Expandido | O artigo tem como objetivo investigar a presença das mulheres diretoras na cinematografia alagoana, destacando a trajetória desta produção desde os primeiros filmes realizados no Estado, no final dos anos 1970, até o momento contemporâneo. Buscamos analisar que elementos históricos, sociais e políticos foram e são determinantes para compreensão do processo pelo qual a presença e, até mesmo, a ausência dessas profissionais são registradas. Entendemos que refletir sobre tal trajetória é, além de agir sobre a memória das obras e de suas realizadoras, uma forma de compreender o contexto no qual Alagoas está inserido com a relação à produção feminina do cinema brasileiro. Para tanto, vamos utilizar como referência principal a produção acadêmica e os registros históricos sobre a produção cultural de Alagoas e, principalmente, do cinema. Temos no Estado obras e projetos que buscam a preservação da memória das produções realizadas por alagoanos, sem distinção de gênero, mas que atuam como fonte de informação sobre uma cinematografia feminina em expansão, mas ainda não fortemente reconhecida. Um exemplo é a obra Panorama de Cinema Alagoano (2010), de Elinaldo Barros, pesquisador que dedicou sua vida ao registro do cinema feito em Alagoas, como também ao site Alagoar que funciona como um catálogo virtual de toda a produção estadual. Na análise, atentamos para a importância da descentralização da produção cinematográfica brasileira, para o cinema realizado no Nordeste e, especialmente, para as obras em que as mulheres tiveram destaque na construção narrativa e estética. Buscaremos compreender, através dos dados levantados e do posicionamento das diretoras, o cenário que está posto, refletindo, a partir das condições em que realizaram seus filmes, quais possibilidades o contexto cinematográfico contemporâneo aponta para o cinema feito por mulheres no Estado. Ressaltamos que, segundo os registros históricos, o primeiro filme realizado em Alagoas foi “Carnaval em Maceió”, de Guilherme Rogato, em 1929. Já o primeiro filme realizado por uma mulher está registrado no ano de 1979, intitulado “A prece do Mendigo”, de Ana Severina Conceição, realizado em Super 8. São 50 anos que separam os dois. E mais 40 anos que apartam a produção superoitista do contemporâneo. Entender esses extremos é o que nos moveu a pesquisar o tema. Após os experimentalismos da geração superoitista, e as produções escassas até os anos 2000, destacamos o crescimento da produção cinematográfica alagoana feminina nos últimos dez anos e as possibilidades que esta presença possibilitou com relação a políticas públicas e ao crescimento da cadeia do audiovisual para profissionais mulheres. |
|
Bibliografia | ALAGOAR. A janela do audiovisual alagoano, 2019. Página inicial. Disponível em: . Acesso em: 16 de abril de 2019 |