ISBN: 978-65-86495-01-0
Título | O Mês do Filme Documentário:uma economia para documentários de acervos |
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Autor | Teresa Noll Trindade |
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Resumo Expandido | O Mês do Filme Documentário é um evento anual organizado pela Associação Imagens na Biblioteca. Antes da criação desta, as coleções de filmes eram compradas pelas bibliotecas através de uma central chamada Ateliê de Difusão Audiovisual (ADAV) – uma das mais antigas centrais de compra, que negociava a aquisição dos direitos, na época em VHS, com os editores de vídeo. A negociação tinha por objetivo disponibilizar os filmes ao público como elas faziam com os livros, buscando-se assim ampliar o número de frequentadores desses espaços. Todo esse processo, que envolvia uma comissão de bibliotecários que selecionava de quais obras seriam comprados os direitos, passou a sobrecarregar as equipes, e foi dessa demanda que nasceu, em 1989, do interesse de uma parcela de bibliotecários junto a setores do Ministério da Cultura, a Associação Imagens na Biblioteca. Após alguns anos de prática de compra de filmes para os acervos, a Associação verificou que essa videoteca era pouco conhecida e estava sendo pouco vista pelas pessoas, fossem os próprios profissionais que trabalhavam nas bibliotecas francesas, profissionais do documentário ou o público consumidor em geral. Da constatação de que este vasto e rico material audiovisual estava sendo subaproveitado é que nasce o Mês do Filme Documentário, tornando-se em 2002 oficial em toda a França. A partir de então, a Associação, numa perspectiva de “educação audiovisual” dos bibliotecários, realizou um trabalho de formação com estes para apresentar o material existente nos acervos e falar sobre aspectos históricos, estéticos e políticos das diferentes cinematografias. Isso ocorre a fim de despertar o interesse dos bibliotecários em montarem suas próprias programações, visto que em novembro, durante o Mês do Filme Documentário, as bibliotecas organizam essas exibições com um foco temático escolhido com total autonomia. E como resultado desse conjunto de iniciativas, o público também passa a conhecer a pluralidade desses acervos. Os filmes dos catálogos podem ser utilizados pelas bibliotecas para a realização do evento, desde que este ocorra em uma estrutura pública não-comercial e que as sessões sejam gratuitas. Para organizar uma sessão e fazer parte da rede, basta que se possua um espaço de projeção e que a programação proposta ocorra durante o mês de novembro. O papel da Associação portanto é coordenar e dar viabilidade a essa manifestação, assim como contribuir na organização das programações. Conjuntamente à exibição dos filmes, são oferecidos colóquios, exposições, “master classes”, debates, sempre trazendo aspectos do documentário e buscando atingir o maior número possível de espectadores. Embora O Mês do Filme Documentário seja um evento consolidado e reconhecido no meio cultural francês, este não perduraria sem a subvenção pública, que acontece através da cooperação de um conjunto de órgãos. A Associação, além de dispor de recursos próprios, conta com o Centre Nacional du Cinéma et de l’Image Animé (CNC), com o Ministério da Cultura (através do Serviço do Livro e da Leitura, da Coordenação de Políticas Culturais e de Inovação e da Direção de Arquitetura e Patrimônio), assim como estabelece parcerias com produtores de cinema e de televisão. Há ainda um conjunto de colaboradores que contribuem com recursos menores, dos quais podemos citar os canais Arte e TV5 Monde, os jornais Courrier International e La Croix, o site Mediapart, a Escola de Documenário de Lussas, a Université Stendhal Grenoble-3, e a plataforma de filmes Tënk. |
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Bibliografia | CRETON, Laurent. Cinéma et Marché. Paris: Armand Colin, 1997. |