ISBN: 978-65-86495-01-0
Título | TEIA: uma análise da produção Pré TEIA, TEIA e Pós TEIA |
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Autor | Sofia Carolina da Silva |
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Resumo Expandido | A pesquisa investiga seis diretores (Clarissa Campolina, Helvécio Marins Júnior, Leonardo Barcelos, Marília Rocha, Pablo Lobato e Sérgio Borges) os quais, em certo momento, se juntaram compondo o grupo TEIA e que existiu entre os anos de 2002 até 2014. A estratégia de união foi confundida com a de coletivo cultural, contudo, esta pesquisa os classificam como ‘proto produtora’, pois a dinâmica de trabalho se aproxima bem mais de uma produtora que a de coletivos culturais. Esta comunicação analisa a produção de 1998 até 2019 e que foi organizada por fases, nomeadas como fase: Pré TEIA (1998-2001), fase TEIA (2002-2014) e fase Pós TEIA (2014 - 2019). Analise inicial da Produção do grupo TEIA O inventário de produção do grupo TEIA está em torno de 58 obras entre as quais são distribuídas entre Curtas-metragens, Médias-metragens, Longas-metragens e Outras obras. Esta comunicação debruçará sobre análise da produção, exclusivamente, fílmica. Passaremos pelas conclusões relacionadas à duração dos filmes, formato dos filmes e fonte de orçamento, porém, a pesquisa segue analisando a última etapa de produção - a distribuição. Podemos desenhar o seguinte perfil do grupo: no total de 43 obras fílmicas, temos o curta-metragem como tamanho predominante, sendo que isso pode indicar um grupo que sente o impacto econômico e que trabalha no baixo orçamento . Dessa forma, dos 43 filmes realizados, 27 são curtas - metragens (63%), 1 média-metragem e 15 longas-metragens, o que indica um pouco mais da metade dos filmes realizados pelo grupo TEIA como sendo curtas-metragens. Isso pode demonstrar que realizar filme autoral na duração de longa-metragem traz desafios, facilitando em contra partida a produção dos curtas, que são mais baratos. Porém, na fase TEIA, há predominância dos editais, concursos e incentivos culturais diretos ou indiretos como fontes orçamentária, além de, também combinar com recursos internacionais – demonstrando uma fase áurea na produção audiovisual autoral desses diretores. Também, ao longo do percurso desses realizadores, a tendência não parece ser continuar produzindo curtas-metragens, com a análise das fases do grupo TEIA, é possível notar como em dez anos o cenário sofre leve mudança. Na fase Pós TEIA, a quantidade de longas aumenta para 5 longas em 5 anos contra 9 longas entre os 12 anos de atividade da fase TEIA com a combinação conjunta da diminuição de curtas-metragens na fase Pós-TEIA. Nota-se, também, que a migração para o formato digital é quase que absoluta com exceção de dois filmes em 16 mm, os quais significam 5% do total. Nota-se, também, a finalização dupla em formato digital e em película 35 mm para 5 desses filmes entre os 43 de total, uma baixa porcentagem, mas que ainda pode apontar certo resquício da necessidade de se adaptar aos festivais e aos formatos comerciais das salas de cinema – quando o filme é pensado para o circuito comercial. Dessa forma, a partir do domínio do formato digital, podemos apontar que a etapa de gravação e edição não tem sido um problema de custo para os filmes de baixo orçamento, pois essa questão tem se deslocado para a etapa de distribuição. A partir disso, notamos que a tendência, entre os filmes de baixo orçamento, é de se reafirmar no formato digital e deixar o formato 35 mm para quando a necessidade exigir. A partir disso, temos que a experiência conjunta de proto produtora colocada em prática por esses seis diretores foi, de certa forma, enriquecedora. Mesmo com o grupo desmembrado, a produção desses diretores segue sendo, ainda que de filmes de baixo orçamento, filmes de longa-metragem com tendência orçamentária a aumentar. Válido também, pontuar que esse cenário é flexível a mudanças e que essa tendência pode ser comprometida com o cenário político, social e econômico do Brasil. |
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Bibliografia | BARCELOS, Leonardo. Entrevista concedida a Sofia Silva. Belo Horizonte, 02 Mar. 2018. |