ISBN: 978-65-86495-01-0
Título | Memórias do futuro da Metrópolis – retomada-ensaística de Ridley Scott |
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Autor | Guilherme Bento de Faria Lima |
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Resumo Expandido | A interação entre homem e máquina passou por inúmeras transformações com as novas tecnologias de tal forma que a máquina assume, muitas vezes, o protagonismo e a responsabilidade pelo processamento das informações. Problematizar o lugar do artista na contemporaneidade como proposto por Lev Manovich (uma espécie de técnico ou simples acessório da máquina) através das características e potencialidade das mídias ópticas. A representação futurística da metrópole presente no filme de Fritz Lang (1927) e recuperada em Blade Runner (1982) em diálogo com a perspectiva de cidade como mídia apresentada por Friedrich Kittler em sua proposta reflexiva sobre o mundo técnico. O entrelaçamento das linguagens do cinema e da publicidade como pressuposto para avaliar processos de trocas informacionais e processamento de dados. A influência e a relevância das experiências comerciais vivenciadas por Ridley Scott como uma etapa de aprendizagem e aprimoramento de técnicas para trabalhar o tempo e a capacidade de produzir fascínio diante do olhar atento do espectador. A proposta metodológica do trabalho consiste na montagem de um vídeo-ensaio – como apresentado por Timothy Corrigan; “um tipo mais vibrante e significativo de produção cinematográfica” – a partir da (re)apropriação do vasto material audiovisual produzido por Ridley Scott ao longo da década de 80. Juntamente com o “caçador de androides”, serão recuperados cinco filmes publicitários realizados pelo diretor inglês; o lançamento do Macintosh (1984), a espaçonave da nova geração Pepsi (1984), o serviço ao consumidor da Barclays (1986), o julgamento geracional promovido pela W R Grace & Co (1986) e a responsabilidade da política interna da companhia aérea TWA (1988). Em consonância com este material, também serão articuladas imagens de produções cinematográficas que buscaram representar o intenso ritmo da cidade, entre elas: Manhattan (1921), Rien que les heures (1926), Berlim – Sinfonia de uma grande cidade (1927), A ponte (1928), O homem com a câmera (1929), São Paulo, Sinfonia da metrópole e, por fim, Koyaanisqatsi (1982). A visualização das imagens conjugadas com análises de seus respectivos monitores de escopos (vectorscópico, forma de ondas e padrão RGB) como uma tentativa de observação e reflexão que vá além da superficialidade digital. A possibilidade de investigação de ondas espectrais das imagens como procedimento de escavação arqueológica midiática. Além disso, como estratégia estética da montagem, a intenção é pensar de forma crítica o glitch (falha no sistema eletrônico) como uma potencial ferramenta de produção de sentido e acesso à peculiaridades e especificidades do banco de dados. O ruído da imagem como uma possibilidade de resistência e comunicação contra hegemônica própria da cultura computacional. Estratégias e escrita em palimpsesto (composições digitais) a partir da (re)diagramação de imagens provenientes da Getty Images (um dos principais bancos de dados audiovisual no cenário mundial) como forma de questionar e ressignificar estruturas de poder e controle desempenhadas por conglomerados das imagens e da informação. |
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Bibliografia | CORRIGAN, T. O filme-ensaio: desde Montaigne e depois de Marker. SP: Papirus, 2015 |