ISBN: 978-65-86495-01-0
Título | Cinema e "Performance Art" |
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Autor | Lisandro Nogueira |
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Coautor | wertem nunes faleiro |
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Resumo Expandido | A pesquisa propõe um estudo das relações entre Cinema e Performance Art. Num primeiro momento aborda-se o Melodrama no Cinema de Narrativa Clássica, sob a perspectiva interdisciplinar das Performances Culturais, buscando compreender seus mecanismos e verificar sua vigência em filmes contemporâneos. Mais precisamente, verificar se o Melodrama, gênero subvalorizado pela crítica, persiste contemporaneamente como um dos principais modos de representação narrativa audiovisual na forma de “Imaginação melodramática”(Brooks, 1995). Que ele foi fundamental para a construção e consolidação da Narrativa clássica do Cinema, já foi amplamente demonstrado por estudiosos como HUPPEZ(2000), OROZ(1992), XAVIER(2003), O interesse aqui é investigar se o Melodrama ainda influencia na cinematografia contemporânea e se há relação entre o cinema de narrativa clássica (melodramático) com o conceito de "Performance Art". Na pesquisa apresentaremos um breve estado da arte a respeito do(s) conceito(s) de Performances. Buscaremos desembaraçar esse conceito tão complexo, levantar suas origens, sua etimologia e obter um esclarecimento que permita discernir sobre os diversos caminhos epistemológicos pelos quais é possível trabalhar com esse conceito, já que “percebemos que existem vários paradigmas de performance, e não um só” (LANGDON, p. 165, 2007). Após esse mapeamento, poderemos escolher mais seguramente qual linha seria mais adequada para permitir estudos do Cinema Clássico sob o viés das performances culturais. Em seguida, a pesquisa realizou um estudo do Cinema Documentário e Cine-Ensaio relacionando-o ao campo interdisciplinar das Performances Culturais. Para isso, levantou a hipótese de que a mise-en-scène(encenação) é o lócus onde podemos encontrar performances no cinema. Foi feito um mapeamento dos diversos caminhos conceituais e metodológicos possíveis a partir das performances. Fizemos uma retomada do conceito de encenação desde suas origens no teatro, até o cinema contemporâneo, mais precisamente os filmes-dispositivo. A partir da obra do cineasta Eduardo Coutinho, apresentamos seu método, e elegemos seu filme Jogo de Cena(2007) como objeto de análise. Neste, verificamos a problematização extrema das definições ligadas a dicotomia atuação/representação, verdade/mimesis a partir de um dispositivo que propicia a manifestação de performances de seus participantes, sejam eles mulheres anônimas, atrizes conhecidas ou não, e até mesmo o próprio cineasta. Para entender o método que Coutinho engendrou em seus filmes, recorremos a Consuelo Lins (2004), que, tendo trabalhado com o cineasta em dois de seus filmes – Babilônia 2000 (1999) e Edifício Master (2002) – pôde observar, em campo, o trabalho do diretor. A partir da produção do filme Santa Marta (1987), Lins explica (2004, p. 61) que ele passaria a adotar dois princípios rígidos em suas produções: filmar em um espaço restrito (em apenas uma favela, no caso de Santa Marta) – e em um curto espaço de tempo (um período pequeno dentro do qual o filme tinha que acontecer, um dia, uma semana). Isso o desobrigava de construir discursos generalistas sobre um assunto. Dessa maneira, ele apresentava um recorte, uma amostra clara e bem definida daquilo que queria retratar. Coutinho pensava que “delimitar claramente uma geografia era se ater – dentro da multiplicidade de escolhas possíveis ao realizar um documentário – a algo de essencialmente concreto, era criar os seus próprios limites, inventar sua própria ‘prisão’” (LINS, 2004, p. 65). A restrição do espaço e do tempo também era uma espécie de desafio que o obrigava a mergulhar verticalmente na matéria em que estava trabalhando no filme, pois dali teria que sair algo, não haveria chance de continuar o filme em outros espaços ou períodos. Isso também permitia que ele “controlasse” esse mundo com o qual iria lidar na hora da captação. |
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Bibliografia | ARAÚJO, Antônio. A encenação performativa. Sala Preta, v. 8, p. 253-258, 28 nov. 2008. Sitio: https://doi.org/10.11606/issn.2238-3867.v8i0p253-258. Acesso em 12/06/2018. |