ISBN: 978-65-86495-01-0
Título | Apontamentos sobre o início do cinema de mulheres em Goiás |
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Autor | Naira Rosana Dias da Silva |
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Coautor | Rosa Maria Berardo |
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Resumo Expandido | Este texto introduz as explanações da pesquisa de doutorado sobre o “Cinema Goiano Feito por Mulheres”, com foco ao trabalho das diretoras cinematográficas, encontrando-se o estudo em fase inicial. A pesquisa vincula-se ao Programa de Pós-Graduação em Arte e Cultura Visual da FAV-UFG. Na Cidade de Goiás, antiga capital do estado, início do século XX, homens construíram salas de cinema. Logo depois, mulheres da sociedade vilaboense começaram a se envolver com cinema naquela cidadela a partir da música, nos tempos do cinema silencioso. Uma pequena orquestra lá fora criada para acompanhar as sessões cinematográficas que eram exibidas no Cinema Luso-Brasileiro. A pioneira fora Nhanhá do Couto, pianista e figura de destaque no ramo musical erudito do estado. Na pequena orquestra, havia também a participação de algumas mulheres que tocavam ou que passaram a assumir a regência (MENDONÇA, 1981). No início do século XX, a participação daquelas mulheres com a música para as salas de cinema encerrou-se, dado o primeiro cinema sonoro do estado chegar à Cidade de Goiás em 1937 (LEÃO e BENFICA, 1995). Após o advento das salas de cinema em Goiânia, na década de 1960 o Cinema Goiano teve seu início, “mas não impôs uma produção contínua e não contou com uma organização política naquele momento” (VALE, 2013, p.54). De 1966 em diante, começam a aparecer os registros dos primeiros longas-metragens de ficção realizados em Goiás. A primeira tentativa de se rodar um longa-metragem de ficção filmado em Goiás e num contexto goiano fora realizada por Cici Pinheiro em 1966, contando com parco recurso financeiro, o que fizera com que as filmagens fossem interrompidas (BETO LEÃO e BENFICA, 1995; 2010). No final dos anos 1970 e início dos anos 1980, há o registro da participação de Noemi Araújo no Cineclube Antônio das Mortes, criado em 1977 em Goiânia por pessoas envolvidas com o movimento estudantil da UFG (CAMPOS, 2013). Ao final dos anos 1980, Rosa Berardo adaptou o conto “André Louco” de Bernardo Élis a um curta de 15 minutos, lançado em 1990. Rosa Berardo gosta de trabalhar com temas goianos e equipe de profissionais do estado, tanto pra enaltecer a terra à qual ela se considera goiana, como para valorizar os profissionais de Goiás. Já, professora da Faculdade de Artes Visuais da UFG, fundara a primeira escola de cinema do estado em 2001, a SKOPOS. Dez anos depois em 2011, uma nova escola, a Maison du Cinema, tendo passado por suas escolas alguns cineastas goianos de destaque da atualidade. A participação de Nhanhá do Couto e companheiras na Cidade de Goiás, o pioneirismo de Cici Pinheiro e Rosa Berardo desenharam o início da História do “Cinema Feito por Mulheres em Goiás”. O cinema contemporâneo no estado tem insurgido com novas cineastas participando de mostras e festivais brasileiros e internacionais, vezes premiadas, dentre elas, Rosa Berardo, pioneira. Contribuiu pra este cenário, iniciativas do setor público com leis de incentivo à cultura, tais como: a Lei Goyazes e o Fundo de Arte e Cultura de Goiás. A criação de dois cursos superiores de Cinema, um na UEG em Goiânia em 2006, e outro no IFG na Cidade de Goiás em 2015. Além de oficinas e palestras realizadas em mostras e festivais, cursos do Instituto de Cultura e Meio Ambiente (Icuman) e em escolas de cinema particulares, como a Escola Goiana de Desenho Animado em Goiânia, entre outras alternativas, formam pessoas para refletir, produzir e consumir cinema em Goiás. O Cinema Goiano está em fase de amadurecimento, buscando a expansão do mercado exibidor e consumidor, sendo a cinematografia goiana ainda constituída majoritariamente por curtas-metragens e por documentários, embora os filmes de ficção e os longas estejam a aparecer nesta paisagem. A escrita de um panorama do “Cinema Feito por Mulheres em Goiás” se constituirá a partir das entrevistas com as realizadoras, que conferirão subsídios para a pesquisa do cinema realizado por elas no estado. |
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Bibliografia | CAMPOS, Marina da Costa. Cineclube Antônio das Mortes: traços da atividade no Brasil, 2013. Disponível em: . Acesso em: 18 abr.2019. |