ISBN: 978-65-86495-01-0
Título | O giro decolonial no cinema de realizadoras latino-americanas |
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Autor | Julia Vilhena Rodrigues |
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Resumo Expandido | Pretende-se analisar a inflexão ensaística na linguagem e no discurso fílmico de obras realizadas por diretoras latino-americanas nas décadas de 50/60 a fim de refletir sobre formas particulares de ver e de abordar a diferença, que se distanciam dos cânones do cinema documentário ocidental. Nossa reflexão se inscreve no quadro conceitual do cinema pós-colonial e do pensamento decolonial, uma vez que vemos nessas obras um novo engajamento com a imagem, através de um olhar descolonizado e um modo de representação relacional, que se abre para uma “literatura menor” (Deleuze, Guattari), ativa e revolucionária. Acreditamos que a abordagem de um cinema pós-colonial possibilita um diálogo profícuo entre estética e política, imagem e pensamento, elementos intrinsicamente ligados no cinema-ensaio. A proposta parte também de um desejo de expandir os quadros analíticos de um “Terceiro Cinema”, uma vez que as vozes femininas estiveram excluídas do corpus abarcado por esse movimento cinematográfico. Por meio de diálogos teórico-metodológicos entre a epistemologia feminista, o giro decolonial e os estudos pós-coloniais, refletiremos sobre a presença feminina em alguns filmes, não apenas pelo protagonismo de suas personagens, mas também pelo olhar e pelos dispositivos adotados pelas realizadoras. Para tanto, dialogaremos com os filmes: “Araya” (Venezuela, 1959), de Margot Benacerraf, “En la Otra Isla” (Cuba, 1968), de Sara Gomez e “Indústria” (Brasil, 2015), de Ana Carolina. Entendemos o lugar da margem, da fronteira, do periférico, como um lugar privilegiado para se compreender a formulação dessas comunidades imaginadas e suas as relações de pertencimento. Essas obras apontam para uma cartografia traçada para e a partir das margens no cinema latino-americano. |
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Bibliografia | DE Lauretis, T. “A Tecnologia do Gênero”. in: HOLLANDA, H. B. de (org.), Tendências e Impasses – O Feminismo como crítica da cultura, Rio de Janeiro: Rocco, 1994; |