ISBN: 978-65-86495-01-0
Título | Narrativa Interativa na Netflix: a estrutura de “Você Radical”. |
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Autor | Luiz Eduardo Maués Cunha |
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Resumo Expandido | Esta proposta de pesquisa tem como objetivo analisar a estrutura seriada interativa, cujo uso tem sido intensificado pela plataforma de streaming Netflix. Do fim de 2018 ao primeiro semestre de 2019, um filme (Black Mirror: Bandersnatch) e uma série de live-adventure (Você Radical) foram lançadas com tal perfil de interatividade: por meio do controle remoto, mouse ou outra plataforma que permite a interação, o espectador escolhe as atitudes do protagonista, criando trajetórias diferentes a cada escolha. A série supra-citada foi lançada em 10 de abril de 2019, apesar de parecer diferente do restante massivo das séries disponíveis em tal plataforma, não é tão inovadora. Segundo Landow (1934), o “Hipertexto” – termo cunhado pela primeira vez em 1965 por Theodor Nelson – são blocos de textos individuais que se ligam por links, de acordo com a escolha dos leitores. As “léxias”, “pedaços de informações genéricas (...) (ou unidades de leitura)” (MURRAY, 2000, p. 55) podem ser arquivos de informação de qualquer natureza, desde que permita ao leitor ou espectador a escolha da ligação entre as mesmas. Quando aplicada ao audiovisual, o hipertexto assume a denominação de “Hipermídia”. Com o surgimento quase concomitante ao dos computadores, os games configuram as primeiras, mais famosas e mais difundidas formas de hipermídia. Não obstante, a narrativa interativa não parou nos jogos. Criaram-se livros, DVDs, sequências de capítulos de webséries no Youtube, cujo caminho de sucessão é escolhido pelo internauta, dentre outras mídias. Contudo, nos últimos anos, as plataformas de streaming vêm investindo fortemente nos conteúdos interativos, como um retorno da hipermídia para a narrativa seriada. De acordo com Marcio Canosa, diretor de eSports da Ubisoft para América Latina, em entrevista para Meio&Mensagem, “Os conteúdo interativos são um reflexo do tamanho e importância do mercado de games, que oferece experiências mais imersivas de entretenimento do que somente o vídeo”. Pode-se concluir, portanto, que o sucesso da indústria dos games influencia diretamente a estrutura dos restantes de narrativas audiovisuais. Portanto, se faz importante a análise estrutural da primeira série de live-adventure interativa lançada pela Netflix. Em tal análise, pretende-se construir o mapa de caminhos que podem ser percorridos por um “interator” (o espectador interativo), todos os mundos possíveis que podem se tornar reais se uma decisão for tomada, já que “Leitores de hipertexto, que escolhem seus próprios caminhos, lêem textos diferentes e, em alguns casos, nunca conseguem ler o conteúdo integral do texto” (LANDOW, 1994, p. 34). A metodologia utilizada será a assistência e escolha de todas as opções de interação na narrativa, percorrendo todos os caminhos possíveis e anotando as consequências que cada escolha gerou na narrativa, podendo, ao fim deles, dizer se a decisão do interator é realmente fundamental ou uma mera ilusão de interação. Para enriquecer a visão da interação, entrevistas em profundidade com outros espectadores também será realizada, com o fim de entender o grau de imersão dos mesmos, contribuindo, ao final, para a conclusão da qualidade estrutural da narrativa. |
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Bibliografia | LANDOW, G. P. Hyper/text/theory. Baltimore: Johns Hopkins University Press, 1994. |