ISBN: 978-65-86495-01-0
Título | Cinema de baixo orçamento no Rio Grande do Sul e a economia da dádiva |
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Autor | Miriam de Souza Rossini |
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Resumo Expandido | Esta proposta parte do mapeamento de filmes gaúchos de baixo orçamento, realizados a partir de 2010, no Rio Grande do Sul, e com valor máximo de 500 mil. Busca-se, com isso, identificar as práticas de produção de realizadores que trabalham com o baixo orçamento, e ver a possibilidade de relacionar suas motivações com as discussões sobre Economia da Dádiva. A apresentação integra as discussões da pesquisa Cinema brasileiro e a economia da dádiva: o baixo orçamento como projeto político-estético, financiada pelo CNPq, com apoio Capes, e realizada pelo Grupo de Pesquisa Processos Audiovisuais, junto ao Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. O conceito de Economia da Dádiva foi desenvolvido por Marcel Mauss, nos anos 1920, para explicar práticas sociais de trocas que não envolviam a questão monetária em sociedades não-capitalistas, ou ditas primitivas. Aos poucos, o conceito foi sendo expandido para pensar muitas outras atividades dentro das próprias sociedades modernas e capitalistas, como as ações beneficentes, de cunho social, ou até mesmo as ações do Estado voltadas para o bem-estar e o desenvolvimento social (como o ensino público e gratuito e a o sistema público de saúde). Já o baixo orçamento foi por muito tempo o próprio entendimento do que é o cinema brasileiro, com uma proposta mais voltada para o cinema enquanto bem cultural do que de consumo ou entretenimento. No entanto, desde as mudanças tecnológicas de fins dos anos 1990, mas realmente incorporada pela maioria das cinematografias nos anos 2000, a possibilidade de se redefinir o baixo orçamento tornou-se a tônica. O digital, para captação e edição, ampliou a produção cinematográfica, tornando-a mais ágil, barata e disseminada, atendendo aos interesses de profissionais ou de amadores do campo audiovisual. No Brasil, observa-se que a produção fílmica é assumida por diferentes grupos, coletivos, amadores, nem sempre com vocação para chegar às telas das salas de cinema convencionais ou aos conceituados festivais nacionais e internacionais. Esse cinema ainda mais à margem vem disputando com cinemas ditos de arte, experimental, cult o interesse do público. Para entender estas relações entre as práticas de produção e as motivações para os diversos modelos de produção de baixo orçamento, o grupo vem mapeando a produção gaúcha da última década, e propondo encontros com realizadores gaúchos de várias partes do Estado, que atuam no campo do audiovisual de modo profissional ou não. Nesta primeira fase de prospecção, estamos buscando conhecer as formas de organização de equipes, de financiamento, de organização de trabalho, de definição de temas para os filmes, que são tanto ficcionais quanto documentais, de curta, média e longa duração. Buscamos, assim, compreender e discutir os limites e as possibilidades para o uso do conceito de economia da dádiva no cinema brasileiro. A discussão nos permite, portanto, fazer a aproximação entre cinema e economia da dádiva, a fim de tensionar os diferentes laços que movem o cinema de baixo orçamento no Brasil e, assim, propor outros entendimentos para as escolhas que são feitas pelos realizadores. |
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Bibliografia | BENJAMIN, Walter. Magia e técnica. Arte e política. 7ed. 10ª. reimpressão. São Paulo: Brasiliense, 1996 (obras escolhidas, vol. 1). |