ISBN: 978-65-86495-01-0
Título | Primeiras janelas da animação experimental no Brasil |
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Autor | Luiz Garcia Vieira Junior |
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Resumo Expandido | A animação experimental no Brasil, iniciada tardiamente quando comparada a outros países, manteve-se pontual e por vezes subterrâneas. Mas demonstrou, já em seu início, mais um exemplo de abertura à pesquisa cinematográfica. O intuito da comunicação é cartografar, em linhas gerais, os agentes e os modos de produção das primeiras fases dessa história, associando-os às obras referenciais que foram localizadas. Outra consideração que deve ser assinalada, é que devido às próprias características dessas realizações, muito já se foi perdido em termos do material fílmico em si, bem como das informações que contam as histórias desses filmes e de seus modos de produção. Como muito da história do cinema no Brasil, os dados, quando registrados, encontram-se dispersos, necessitando pesquisa e sistematização. O período de tempo abordado vai dos anos 1950 aos 1980. Nesse período será marcante a influência do National Film Board of Canada no desenvolvimento do campo da animação no Brasil. Tudo começa quando Roberto Miller toma contato com os filmes e com o diretor Norman McLaren, durante a mostra de sua obra realizada no Festival de Cinema de São Paulo, em 1954. Oportunidade que leva Miller a estagiar, a convite de McLaren, no NFB. A influencia será decisiva, tornado Miller o pioneiro da animação experimental no Brasil, e levando-o a constituir uma obra com dezenas de filmes entre os anos 1950 e 2001: animações experimentais, publicidade, vinhetas e animação para televisão. Trabalhou na TV Tupi, Bandeirantes e Cultura. Essa atuação também desencadeou influências em outros circuitos. Ainda em 1960 foi consultor do Centro Experimental de Cinema em Ribeirão Preto, fundado por Bassano Vaccarini e Rubens Francisco Lucchetti, ligado à Escola de Belas Artes da cidade, a primeira entidade organizada no Brasil cujo objetivo era a produção de filmes de arte, com destaque para a animação experimental. No Rio de Janeiro, no final dos anos 1960, destaca-se o Centro de Estudos de Cinema de Animação (CECA) criado por estudantes da Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro; e sua continuidade, o Grupo Fotograma, composto por Rui e João de Oliveira, Pedro Ernesto Stilpen (Stil), Carlos Alberto Pacheco e Antônio Moreno. Foram ainda responsáveis por um programa sobre animação no Canal 9 do Rio de Janeiro e organizaram mostras internacionais e sessões no Museu de Arte Moderna (MAM). Durante os anos 1970, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, formou-se um grupo de superoitistas, que em meio às suas produções e atividades de cineclubismo, realizaram algumas animações experimentais. Em meados da mesma década, em Curitiba, os Irmãos Wagner (Elizabeth, Helmuth Jr., Ingrid e Rosane) começaram a elaborar uma obra com a animação experimental a partir do Super-8, e posteriormente, nas bitolas 16 mm e 35 mm. Seus filmes usam diferentes técnicas e procedimentos, além da animação, é recorrente a colagem, seja de recortes de jornais, trechos de filmes ou televisão. Nos anos 1980 uma nova fase com o Núcleo de Animação do CTAv, a partir de um acordo entre Brasil e Canadá, ajudando a reconfigurar a animação brasileira de maneira mais ampla, como também a abrindo novas possibilidades para sua vertente mais experimental. |
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Bibliografia | BENDAZZI, Giannalberto. Animation: Volume II: The Birth of a Style - The Three Markets. London: Taylor and Francis, 2015. |