ISBN: 978-65-86495-01-0
Título | Cinema In(ter)venção com as ruas, praças e o farol, em Fortaleza |
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Autor | Deisimer Gorczevski |
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Resumo Expandido | O estudo analisa as intervenções sonoras, visuais e audiovisuais que acontecem com as ruas, praças e o farol do Mucuripe, entre outros espaços comuns, no bairro Serviluz, em Fortaleza, na perspectiva de ampliar às escutas e analises de como os moradores vivem, convivem e resistem ao descaso do poder público e às constantes ameaças das políticas de remoção, em regiões de Zona Especial de Interesse Social ZEIS, na cidade de Fortaleza. O Coletivo AudioVisual do Titanzinho (CAT), vem se constituindo no encontro com moradores| artistas |pesquisadores| estudantes realizando intervenções audiovisuais, sessõees de filmes, mostras, oficinas e debates, ou seja, um conjunto de ações que visam encontrar meios para a produção audiovisual local, entendendo-a como possibilidade de inventar outros modos de visibilizar o bairro e seus moradores, considerando a promoção da expressão artística de suas singularidades. Entre as ações do Coletivo, destacamos a experiência com a realização das Mostras AudioVisuais do Titanzinho, que acontecem anualmente, desde 2011 e as sessões temáticas do Cine Ser Ver Luz com periodicidade mensal, desde 2014. As propostas aproximam os moradores do bairro que, a cada sessão, são convidados ao encontro com uma série de produções audiovisuais. São filmes de curta metragem escolhidos por uma curadoria formada por integrantes do Coletivo e colaboradores. As primeiras sessões com os temas: Memória; Direito à Cidade; MarIntimidade; Afeto e Amizade; Juventudes; Arte e Intervenção Urbana; Democracia e Diversidade; Comunicação e Tecnologias; Arte e Natureza; Cinema e Audiovisual; e Interior foram realizadas, entre 2015 e 2016 e com esse processo observamos a forte participação das crianças instigando o Coletivo a propor um conjunto de sessões denominadas Peixinho, com uma programação de filmes de curta metragem, voltada ao público infantil, no final de 2017 e inicio de 2019. A participação dos moradores, bem como o envolvimento com as Mostras Audiovisuais e as sessões do Cineclube, evidenciam a demanda e o desejo por espaços de encontro com a arte cinematográfica. Experiências de fruição que, ao proporem modos singulares de exibição audiovisual, ampliam as expressões do sensível, trazendo à tona problemas e potencialidades afirmando o lugar de moradia, os espaços de participação comunitária e a produção audiovisual como política ativa que fortalece a relação entre a experiência ética e estética na construção do conhecimento e nos modos de estar junto inventando realidades. Além das intervenções Luzes do Farol, Vendo Mar e Farol OcupAções que espalham gestos luminosos, tornando visíveis espaços pouco conhecidos, entre eles o Farol do Mucuripe e a Praia das Pedrinhas, no Serviluz, e prédios abandonados, no Vicente Pinzón, chamou a atenção a presença do Servilost, um coletivo que faz caminho ao perder-se com a esquina de Fortaleza; um movimento que mobiliza o bairro a limpar, cuidar e ocupar o Farol do Mucuripe, patrimônio histórico em estado de abandono e descaso do poder público. Experimentações que desacomodam e provocam deslocamentos de lugares pressupostos, trazendo à tona questões e propostas às políticas públicas e governamentais ao afirmar o exercício estético como ato político e social. |
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Bibliografia | ARAUJO LIMA, Érico. Transbordar o cinema: anotações sobre imagem, ficcção e praticas moradoras. Revista Vazantes. v.1.numero 2. 2017. |