ISBN: 978-65-86495-02-7
Título | Entre gêneros cinematográficos: uma análise dos musicais africanos |
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Autor | Jusciele Conceição Almeida de Oliveira |
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Resumo Expandido | A classificação dos gêneros cinematográficos tem sua definição ligada inicialmente à literatura, mas depois torna-se um aspecto fundamental da instituição cinematográfica. Com o passar dos anos, os gêneros cinematográficos se expandiram, contudo ainda existe uma grande dificuldade no que concerne a definição e delimitação de cada gênero para os filmes produzidos contemporaneamente, uma vez que nem todas as obras podem ser enquadradas numa única tipologia, como acontece no cinema hollywoodiano (clássico), em que o gênero orienta e prepara o espectador. Estas especificações podem estar associadas a indicações genéricas, as quais podem incluir na mesma categoria filmes que pertencem a cinematografias, contextos, estilos, temas, representações e ideologias absolutamente diferentes entre si. Um exemplo disso fica a cargo dos cinemas africanos, que são cada vez mais confrontados com a problemática dos gêneros. Os filmes africanos, por vezes, não se encaixam nos modelos de gênero preestabelecidos, que deveriam seguir uma tendência contemporânea e fluida de que gêneros existem e servem de código de compreensão e orientação, que está em constante mudança. Partindo dessa saída da caixa canônica das classificações de gênero, emergem os filmes que podem ser considerados cinema emergente, transnacional, intercultural e pós-colonial em virtude das suas temáticas e dos seus financiamentos. Além disso, nas fichas técnicas carregam normalmente uma dupla, tripla ou múltipla classificação, especificamente nos filmes africanos identificados (por produtoras e sites da área) como “musicais”. Nesse sentido, pensou-se para esta apresentação os filmes: West Indies ou Les Négres Marrons de la Liberté (Med Hondo; Argélia, França, Mauritânia; 1979; 110 min.); La Vie est Belle (Ngangura Dieudonné Mweza e Benoît Lamy; Bélgica, França, Zaire, Congo; 1986/87; 80 min.); Karmen Geï (Carmen Negra; Joseph Gaï Bamaka; Senegal, França, Canadá; 2001; 86 min.); Nha fala (Minha fala; Flora Gomes; França, Guiné-Bissau, Luxemburgo, Portugal; 2002; 90 min.); U-Carmen eKhayelitsha (Carmen na África; Mark Dornford-May; África do Sul; 2005; 122 min.); Un Transport en Commun (Dyana Gaye; França, Senegal; 2009; 48 min.). Assim, a investigação parte de uma revisão teórica de “gênero cinematográfico” (tal como foi transposta pela crítica e por alguns estudiosos no campo dos cinemas africanos), para, em seguida, examinar os modos como as classificações e escolhas são assumidas, negociadas e afirmadas na obra destes cineastas, que optaram por realizar filmes de gênero, e seus desdobramentos nos contextos pós-coloniais. |
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Bibliografia | BAMBA, Mahomed; MELEIRO, Alessandra (orgs) (2012). Filmes da África e da diáspora: objetos de discurso. Salvador/BA: EDUFBA. |