ISBN: 978-65-86495-02-7
Título | O espectador e o processo criativo: concepções a partir de cineastas |
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Autor | Manuela Penafria |
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Coautor | André Rui Nunes Bernardes da Cunha Graça |
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Resumo Expandido | “Quem é o espectador?”, “que importância lhe é atribuida durante o processo criativo de um filme?” e “que lugar é reservado ao espectador na obra final?”. Este texto pretende revisitar a concepção de espectador na teoria do cinema em articulação com o pensamento e poética da criação cinematográfica. Numa abordagem que pretende revisitar as fundações do pensamento cinematográfico, propomos contribuir para a teoria do cinema mapeando e estruturando a noção de espectador, por meio de um diálogo entre o que podemos chamar de “noção institucional de espectador” e o “conceito de espectador visto pelos cineastas”. Este texto começará por definir quem é o “espectador” (latu sensu), ou seja, o que, por exemplo, entradas em dicionários (de cinema e genéricos) entendem por “espectador”. Esta pesquisa permitirá sintetizar e apurar uma compreensão a respeito do conceito de espectador. A segunda parte desta apresentação segue uma abordagem ancorada na teoria dos cineastas. Examinaremos o discurso de cineastas que se referiram ao espectador, que a ele aludiram ou que demonstraram um interesse ou preocupação especial pelo papel do espectador no seu processo de criação. Pretendemos abordar cineastas da contemporaneidade portuguesa, como Teresa Villaverde, Cláudia Varejão, Pedro Costa, Paulo Rocha e Manuel de Oliveira. Estas figuras não serão serão casos de estudos, mas pontos de partida que nos permitirão fazer a ponte com outros cineastas, como os latino-americanos Patrizio Guzmán e Tomás Gutierrez Aléa. O nosso objetivo será encontrar traços conceituais gerais comuns à variedade de vozes e estabilizarmos as noções de espectador de acordo com cineastas, bem como o modo como estes diferentes espectadores-conceito são parte integrante do cinema e da prática cinematográfica. Por fim, este capítulo discutirá os resultados obtidos por meio dessas duas fontes distintas e trará à tona a amplitude da figura do “espectador”. Noutras palavras, em última análise, buscamos entender em que medida e de que forma a abordagem da teoria dos cineastas pode ajudar a redefinir ou reforçar e contribuir para uma compreensão mais clara do conceito de espectador. |
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Bibliografia | AUMONT, Jacques & MARIE, Michel (2003). Dicionário teórico e crítico de cinema, Papirus Editora. |