ISBN: 978-65-86495-02-7
Título | REALIZADORAS CAPIXABAS: 3 GERAÇÕES EM 30 ANOS DE AUDIOVISUAL NO ES |
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Autor | Raysa Calegari Aguiar |
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Resumo Expandido | O texto apresentado traz um panorama sobre quem são as mulheres realizadoras de cinema do Espírito Santo. A pesquisa justificativa-se por registrar historicamente as produções audiovisuais dessas mulheres, os filmes que produziram e por ouvir o relato de suas experiências de trabalhar com audiovisual no estado. O panorama proposto é construído a partir do cruzamento de dados de uma revisão bibliográfica – entre livros e matérias jornalísticas - sobre o que se escreveu acerca do audiovisual original do ES e o conteúdo publicado em nove edições (editadas entre 2009 e 2019) da Revista Milímetros ¬– A revista do audiovusal capixaba, publicação feita pela Associação Brasileira de Documentaristas e Curtametragistras do Espírito Santo – ABD Capixaba. Essas fontes permitirão que se construa as três gerações propostas segmentadas a partir de marcos históricos como mudanças nas formas de fomento, surgimento de possiblidades de formação na área, acesso a novas tecnologias, entre outros fatores. Inicialmente são apresentados os primeiros filmes registrados sob direção feminina do estado, entretanto, tais mulheres não eram naturais ou tinham relações mais profundas com o Espírito Santo. Eram, na verdade, de grandes centros de produção audiovisual do sudeste e vieram filmar no estado atraídas principalmente pela linha de financiamento do Banco de Desenvolvimento local. Ainda assim não deixaram de ser as primeiras experiências de mulheres ocupando o a função de direção em uma obra audiovisual dentro do território capixaba. Posta essa primeira característica inicial são apresentadas as mulheres que compõem a proposta de primeira geração de realizadoras capixabas partindo de uma reflexão do entendimento da instabilidade das categorias analíticas da teroria feminista em diálogo com a concepção de Sandra Harding (2019). A primeira geração se encaixa entre os anos 1989 e 1997. As chamadas “pioneiras sem película” realizam suas primeiras experiências em vídeo digital para os programas da Televisão Educativa do Espírito Santo – TVE e seus filmes chegarm a participar de uma mostra internacional. A geração fica marcada também pelos filmes-escola resultantes de cursos promovidos pelo então Departamento Estadual de Cultura – DEC que viriam a formar uma outra geração inteira de realizadoras. A partir de 1998 a maior acessibilidade aos recursos de produção audiovisual promovida pela digitalização, o contato com o ambiente universitário, o fortalecimento geral do setor marcado pela criação da ANCINE em 2001 e pelo crescimento da Lei Rubem Braga – lei de incentivo cultural do município de Vitória, que é criada em 1991 mas vai ganhando força no decorrer da década, fazem surgir a segunda geração. Além disso, no ano 2000 é fundada a ABD Capixaba, que passa a ser uma das entidades de classe mais fortes do audiovisual local e que, a partir de 2004, começa a realizar a sua Mostra Competitiva, evento que abre possibilidade de exibição para realizadoras locais. Por fim, entre os anos de 2011 e 2019 é possível ver surgir uma variedade de novos nomes de mulheres dirigindo filmes no estado influenciadas fortemente pelo surgimento do curso superior em Cinema e Audiovisual da UFES em 2010 e pela criação do Fundo de Cultura do Estado do Espírito Santo (Funcultura) em 2009 que viria a financiar editais promovidos pela Secretaria da Cultura (Secult) atendendo a todo o estado no decorrer da década. Após a apresentação dessas gerações é feita, então, uma análise sobre o que se pode concluir das informações levantadas sobre esses 30 anos de produção audiovisual feminina no estado. São apresentados dados estatísticos comparando o desenrolar da carreira das mulheres desses três períodos entre outros detalhes. Além disso, o texto chega ao fim assumindo não ser definitivo mas sim o começo de uma historiografia e, com essa vocação, aponta a existência de outras possibilidades de fontes de pesquisa que com certeza revelarão ainda várias outras realizadoras. |
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Bibliografia | AKOTIRENE, Carla. Interseccionalidade. São Paulo: Sueli Carneiro; Pólen, 2019. |