ISBN: 978-65-86495-02-7
Título | O utópico e disruptivo nas imagens de Branco Sai, Preto Fica |
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Autor | Cyntia Gomes Calhado |
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Resumo Expandido | O filme Branco Sai, Preto Fica (Adirley Queirós, 2015) articula uma narrativa contra-hegemônica, por meio da ficção científica, de um crime que aconteceu na Ceilândia, maior cidade-satélite de Brasília, em 1986: a invasão policial do baile black Quarentão que mutilou dois homens negros. A obra mescla depoimentos destes dois personagens vítimas de violência policial com o imaginário dos próprios protagonistas, transformados em personagens saídos de um futuro distópico. Branco Sai, Preto Fica é um filme político com estilo cyberpunk afrofuturista. A condição precária, que marca seu retrato periférico, inclui computadores com aspecto de lata e hardwares sucateados, além de uma máquina do tempo, construída em um container iluminado por um globo de luz, como o encontrado no baile black. Estas máquinas improvisadas, aplicações anárquicas e programas inconvencionais compõem ações colaborativas dos personagens para denunciar os crimes praticados pelo Estado contra as populações periféricas. Deste modo, as imagens do filme se constroem como um contraplano das representações oficiais de Brasília. O objetivo desta comunicação é analisar os procedimentos audiovisuais e a plasticidade das imagens do filme, a partir de análise fílmica e entrevista com o diretor de fotografia Leonardo Feliciano, para pensar o caráter utópico e disruptivo desta produção. |
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Bibliografia | MATIAS, A. DE F. Ficção versus realidade: o não dito e o não visto em Branco sai, preto fica. Veredas: Revista da Associação Internacional de Lusitanistas, n. 29, p. 196–211, 10 maio 2019. |