ISBN: 978-65-86495-02-7
Título | O giro colonial no Cinema e no Audiovisual rumo à Educação |
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Autor | Eliany Salvatierra Machado |
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Resumo Expandido | Era 09 de maio de 2020 quando li: “Que a prática da ciência esteja ao alcance de mais gente não-branca, não-masculina, não-colonialista. Para que a apropriação do instrumental científico se dê de formas e em favor de mais gente do que aquilo que ocorre hoje”. A frase foi publicada por Darlan Montenegro no seu perfil no Facebook. Montenegro é professor da URRJ e com muita propriedade me fez refletir sobre o papel da Universidade Pública Brasileira no contexto da pandemia. Ao mesmo tempo que vivemos uma crise sanitária, vemos a ciência sendo vilipendiada e as Universidades Públicas desmontadas. No dia anterior a publicação de Montenegro (08 de maio de 2020) a média móvel do consórcio de veículos de imprensas apontava que, no Brasil, 751 pessoas morreram por causa do coronavírus. Em 23 de abril de 2021, o Brasil contabilizou 14.238.110 casos e 386.623 óbitos por Covid-19 desde o início da pandemia. Provavelmente no período que realizaremos o encontro anual da SOCINE o Brasil terá perdido mais de 500.000 vidas. Escrevendo o presente resumo resgato a reflexão provocada por Montenegro e os números tão alarmantes de óbitos em decorrência a pandemia que vivemos mundialmente. Penso que o encontro do Grupo Temático Cinema e Educação deve refletir sobre todo o desequilíbrio social, econômico, cultural e político que vivemos. Não me furto a reflexão, ainda que o luto coletivo me deixe muito triste. A minha proposta, ora submetida, busca nos estudos Decoloniais sentidos múltiplos para refletir sobre a inter-relação cinema e audiovisual em espaços educativos, especificamente na Educação Básica. A proposta é estabelecer uma dialogicidade entre a formação do educador audiovisual e as práticas pedagógicas com os(as) educandos(as) Como aporte teórico recorremos a perspectiva Decolonial e ao Grupo Modernidade/Colonialidade (M/C) para estudar quais questões foram relevantes para pensar o “giro colonial” e principalmente a colonialidade do poder, do ser e do saber. Encontramos em Christian Léon (2019) os pressupostos para pesquisar a descolonização do olhar. Segundo Léon (2019), para que possamos descolonizar o olhar o convite é que nos livremos da teoria da arte e do cinema construídos sobre parâmetros da razão eurocêntrica, a fim de nos possibilitar abertura para outras estéticas, outras culturas visuais e outras tecnologias da imagem. Léon, juntamente com Joaquim Barriendos (2019), convida, aos teóricos e pesquisadores do campo das artes e do cinema, para o diálogo interepistêmico com os vários saberes, imagens e visualidades produzidas por movimentos, grupos e culturas subalternas que desconsideram a autoridade cultural do mundo ocidental e que se expressam fora das instituições de conhecimento estabelecidas, como é o caso da universidade. Ao pensar o papel social da universidade pública a partir do giro colonial, ampliamos o debate para o campo do cinema, audiovisual e educação. A pergunta que surge é: como descolonizar o olhar no cinema e no audiovisual do ponto de vista de quem produz e de quem vê a imagem rumo à educação descolonizadora? Através do cotejo da perspectiva Decolonial e a produção de filmes de curta-metragem como; Fotograma (2016) e Kbela (2015) dialogamos com possibilidades e sonhos. O objetivo do texto no ST é dialogar com os pares, fortalecer o coletivo e identificar visões autônomas e libertárias para uma sociedade plural. |
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Bibliografia | BALLESTRIN, Luciana. América Latina e o giro decolonial, Revista Brasileira de Ciência Política, Brasília, n.11, maio/agosto de 2013. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-33522013000200004. Acesso em: 10 março 2021. |