ISBN: 978-65-86495-02-7
Título | O Estereótipo da cigana femme fatale no cinema brasileiro (1908-1989) |
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Autor | Mariana Sabino-Salazar |
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Resumo Expandido | A população romani tem sido uma das mais marginalizadas do mundo durante os últimos quinhentos anos e no Brasil existem as maiores comunidades romaníes da América. Com a intenção de refletir sobre o estereótipo da cigana no Brasil, vou analisar a genealogia da sua imagem no cinema nacional entre 1908 e 1989. Primeiro, explicarei porque a personagem da cigana é mais visível e relevante que aquele do cigano, depois compararei o estereótipo da cigana com arquétipos da literatura clássica europeia (Miguel de Cervantes, Prosper Merimée, Júlio Dantas, Victor Hugo, Bram Stoker). Assim como o impacto que a literatura brasileira teve na representação da cigana no cinema nacional. Na segunda parte da minha apresentação, falarei das cinco categorias de estereótipos da cigana. Os primeiros filmes estão atravessados pela ideia da criança que foi sequestrada pelos ciganos, assim como da menina cigana que foi afastada do seu acampamento. Mais tarde, o estereótipo da cigana vingativa está relacionado com o tropo da cigana gótica no México. A presença de vampiros e lobisomens no cinema de Hollywood revela ansiedade coletiva relacionada a Guerra Fria. No Brasil e outros países latino-americanos se realizaram filmes de horror de temáticas parecidas. Nestes filmes se promoveu a ideia da cigana feiticeira que anuncia más notícias e traz infortúnio. Outro estereótipo que esteve presente através dos anos sessenta e setenta é a cigana “do interior”. A cigana livre e nômade que faz parte dos personagens dos filmes de Amácio Mazzaropi assim como outras longa-metragens producidos na Boca do Lixo. Jeca Tatu é o homem sedentário contra o qual se compara à cigana que não tem lar e não se estabelece em lugar nenhum. Mais tarde, há dois filmes paradigmáticos que apresentam a cigana dançarina e cantora, que também é musa de conhecidos artistas. O máximo exemplo deste estereótipo é Sandra Rosa Madalena no filme do Sidney Magal “Amante Latino”. Finalmente, a deidade da Pomba Gira e a sua magia sexual tiveram incidencia na porno chanchada e o pornô dos anos setenta e oitenta. Ao longo do análises destes filmes vou me referir a questões de raça, gênero e nacionalismo. |
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Bibliografia | Caetano, Maria do Rosário. Cangaço: o nordestern no cinema brasileiro. Avathar Soluções Gráficas, 2005. |