ISBN: 978-65-86495-02-7
Título | Leonor Teles: O autorretrato de uma jovem cineasta portuguesa |
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Autor | Ana Catarina Pereira |
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Resumo Expandido | "Rhoma Acans" (2012) e "Balada de um batráquio" (2016) são as únicas duas curtas-metragens realizadas por Leonor Teles que, aos 23 anos, era já a mais jovem cineasta a ser premiada em Berlim. Rejeitando o peso da representatividade, dedicou os seus filmes a uma comunidade à qual não pertence, mas que faz parte da sua identidade. Com ascendência cigana, Leonor Teles não chegaria a receber uma educação tradicional, mas a sua curiosidade documentarista fê-la questionar o que teria sido a sua vida caso a sua mãe fosse também cigana, num exercício de reconstrução da memória do que não viveu. Com a câmara, procura as histórias de disrupção das mulheres da sua família, assumindo-se simultaneamente como fruto dessa contestação e realizadora de um cinema de intervenção, com uma estética minimalista. Filmando em super 8, recorrendo a imagens de arquivo e interpelando quem assiste, Leonor Teles é um caso de estudo também pelo facto de os seus filmes identificarem a presença de uma mulher por detrás desta câmara, especialmente atenta à situação da mulher dentro da referida comunidade. Por outro lado, dissertar sobre dois filmes, um deles realizado ainda em contexto académico, e outro numa fase prematura do percurso da jovem, é um exercício de equilíbrio entre as inúmeras expectativas que as distinções em festivais vão criando e a crítica paternalista. A nossa análise partirá, portanto, de uma futura entrevista com a realizadora e centrar-se-á na imagem e na narrativa construída em ambos as obras, dirigindo-se ao percurso posterior da jovem cineasta portuguesa, que mais tarde dirigiu a longa Terra Franca (2018), e que tem colaborado com canais de televisão nacionais. Pelo seu percurso também activista, a sua linha de trabalho situa-se no feminismo interseccional, pelo que a analisaremos em diálogo com essa área de estudos. |
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Bibliografia | Candau, J. (2008). Mémoire et identité. Paris: Presses Universitaires de France – PUF. |