ISBN: 978-65-86495-02-7
Título | OBJETIFICAÇÃO DO CORPO FEMININO NO FILME “MÃE!” |
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Autor | Maria Eduarda Santos Medeiros |
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Resumo Expandido | “Mãe!” é uma obra audiovisual realizada em 2017 e dirigida por Darren Aronofsky, conta a história de um casal que vê a tranquilidade de seu cotidiano ser alterado com a chegada de visitas inesperadas. Darren Aronofsky é um diretor premiado e mundialmente conhecido por seus filmes perturbadores, existenciais, melodramáticos e surreais, e “Mãe!” (2017) não é uma exceção a essa regra. O objetivo do diretor era contar uma história do ponto de vista da Mãe Natureza, onde ele pudesse fazer uma crítica a realidade ecológica e ambiental dos dias atuais, mostrando a ira e dor da Mãe Natureza e como o homem a destrói em prol do benefício próprio. A narrativa conta com uma estética própria, que carrega alegorias e metáforas, podendo ser interpretadas de diversas maneiras e gerar discussões sobre variados temas, não apenas aquele proposto por Aronofsky. Pode-se analisar o filme sob o ponto de vista das alegorias bíblicas claramente apresentadas na narrativas como, por exemplo, a relação Mãe Natureza e Pai-criador. Ou ainda, uma forte crítica quanto à adoração das imagens. Neste trabalho tenho como principal ponto de estudo, a personagem feminina de mãe, interpretada no filme por três atrizes Sarah-Jeanne Labrosse, Jennifer Lawrence e Laurence Leboeuf. Através da análise das cenas, aponto para os modos de objetificação do corpo da protagonista em prol do personagem masculino, que é sempre representado pelo mesmo ator, Javier Bardem. Como as escolhas estéticas e artísticas interferem na interpretação do filme? Qual o olhar que temos do corpo feminino a partir da narrativa? Analiso as imagens, direção, arte e fotografia do filme, trazendo interpretações e memórias imagéticas utilizando os estudos de Aby Warburg como forma de análise; diversos elementos do filme remetem a imagens de nossa memória coletiva, que se marcam nos sentidos que chegam ao espectador, principalmente a submissão da personagem mãe com relação ao seu marido. Independente de qual for a interpretação da personagem e metáfora de análise, todas as visões têm um ponto em comum: mãe existe com um propósito, um objetivo de vida, servir ao homem e ao sistema criado por ele. Utilizo dos estudos de Federici (2017) para trazer um pouco da trajetória e lugar da mulher na história, e como esses elementos debatidos por esta autora aparecem no filme através da estética e da narrativa. “Mãe!” é uma obra que desorienta, causa náuseas e repulsa, mas ao mesmo tempo promove reflexões. Esta análise presentifica o cotidiano e as mulheres no seu lugar de resiliência, uma discussão necessária e de extrema importância, busca relacionar o lugar do feminino e a terra como o lugar de mãe. O filme metaforiza “a ira da Mãe Natureza”. Quando falamos de estética e arte não nos referimos apenas a pinturas e obras prazerosas ao nosso olhar; é necessário discutir e problematizar essas questões, e nos desconstruir a cada experiência de fruição de arte. |
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Bibliografia | CEIA, Carlos. Sobre o conceito de alegoria. MATRAGA nº 10, agosto de 1998 |