ISBN: 978-65-86495-02-7
Título | O cinema sobre cinema nos filmes de Manuel Mozos |
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Autor | Eduardo Tulio Baggio |
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Resumo Expandido | O caráter hiperbólico do título desta proposta de comunicação de pesquisa é proposital e visa enfatizar uma característica muito particular do cinema de Manuel Mozos, a abordagem do próprio cinema em seus filmes, notadamente o cinema português. Tal cineasta muitas vezes é abordado pelo viés do documentarismo (ROSÁRIO, 2014) ou pelo viés histórico ou sociológico (MORAIS, 2013). Estas abordagens são muito importantes, tanto pelo destaque do gênero documentário na História do Cinema como pela relevância de investigações sobre cinema que proponham relações com campos do conhecimento correlatos. Entretanto, esta proposta de comunicação de pesquisa objetiva reconhecer o interesse de Manuel Mozos pela Arte e como isso é expresso em alguns dos seus filmes que têm o cinema como protagonista. Há na filmografia do diretor um profícuo grupo de nove filmes relacionados ao próprio cinema, são eles: Lisboa no Cinema – Um Ponto De Vista (1994), Cinema Português? - Diálogos Com João Bénard da Costa (1997), Cinema - Alguns Cortes: Censura (1999), Olhar O Cinema Português: 1896 – 2006 (2006), Tobis Portuguesa (2010), Cinema - Alguns Cortes: Censura II (2014), Cinema - Alguns Cortes: Censura III (2014), João Bénard da Costa – Outros Amarão as Coisas que Eu Amei (2014) e A Glória de Fazer Cinema em Portugal (2015). Destes, quatro foram realizados para a televisão ou exibidos majoritariamente em televisão e possuem aspectos norteados por tal perfil. Outros cinco foram exibidos principalmente em festivais e salas de cinema. Para a análise serão considerados principalmente dois filmes dentre os cinco exibidos majoritariamente em cinema: João Bénard da Costa – Outros Amarão as Coisas que Eu Amei (2014) e A Glória de Fazer Cinema em Portugal (2015). A metodologia utilizada é baseada na abordagem da Teoria de Cineastas (GRAÇA, BAGGIO & PENAFRIA, 2015), que compreende que são relevantes as reflexões de cineastas como forma complementar de estudo do cinema em adição às tradicionais teorias cinematográficas, sejam aquelas voltadas para a análise fílmica ou as que traçam relações com campos do conhecimento paralelos ao das Artes. Neste caso específico, há um interesse especial pela ideia proposta por Manuela Penafria de “Fazer a teoria do cinema a partir de cineastas” (LEITES; BAGGIO & CARVALHO, 2020). Acredito que tal intento de pesquisa seja importante para trazer à baila uma evidente preocupação estética de caráter artístico, com recorte particular ao cinema, que permeia tanto os filmes de Mozos como seus escritos e considerações cinematográficos. |
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Bibliografia | FISCHER, Rosa Maria Bueno. Por uma escuta da arte: ensaio sobre poéticas possíveis na pesquisa. Revista Brasileira de Estudos da Presença, Porto Alegre, RS, v. 11, n. 1, pp.: 01-23, jan. 2021. |